Segundo os dados mais recentes, as autoridades sanitárias locais registaram oficialmente 25.750 novos casos de covid-19 nos últimos sete dias, face aos 17.850 reportados na semana anterior.

Em declarações à estação de televisão NOS, Aura Timen, responsável do RIVM, assegurou que, para já, não existem razões para tomar medidas adicionais de confinamento nas áreas em que o número de contágios é elevado, como nas regiões da Holanda do Sul (oeste), Guéldria (centro) e Limburgo (sul).

Timen explicou que o aumento do número de casos “nunca é uma boa notícia, mas era previsível”, porque o país está no outono e são meses que funcionam a favor dos vírus respiratórios.

Por outro lado, o fim das medidas de restrição associadas à pandemia de covid-19 levou a um maior número de contactos entre as pessoas.

“Era de esperar”, admitiu.

“Mas trata-se, em parte, de regiões do chamado ‘Cinturão Bíblico” [áreas onde os calvinistas são maioritários], onde as taxas de vacinação são muito mais baixas do que no resto do país”, explicou a responsável do instituto, lembrando que um grande número de pessoas não foi vacinado por motivos religiosos.

“O mais importante é que as taxas de vacinação subam em todas as regiões do país, porque as vacinas proporcionam uma excelente proteção contra a hospitalização” devido à covid-19, acrescentou.

Apesar de o número de infeções esteja a subir rapidamente, a pressão hospitalar está a aumentar a um ritmo mais lento, “o que significa que a proteção das pessoas vacinadas funciona”, frisou Timen.

Na última semana, 415 pacientes foram hospitalizadas devido ao novo coronavírus, segundo o Centro Nacional de Distribuição de Pacientes holandês, o que representa um aumento de 24% em relação aos 335 contabilizados no mesmo período anterior. Nas unidades de cuidados intensivos, o número de pacientes subiu de 66 para 98 numa semana.

Nos últimos sete dias, os Países Baixos registaram 41 mortes associadas à covid-19, mais 16 do que na semana anterior (25).

Os hospitais de Ede e Tiel, ambos municípios da província da Guéldria, pediram hoje a transferência de pacientes para outras unidades de saúde do país.

Pelo menos 83,2% dos holandeses com mais de 18 anos (11,6 milhões de pessoas) já receberam as duas doses da vacina, percentagem que desce para 80,9% nos maiores de 12 anos, idade mínima para aquela em que as vacinas Pfizer e Moderna estão autorizadas pela União Europeia (UE).

Até ao momento, todos que desejavam vacinar-se já tiveram a oportunidade de receber as duas doses, embora se estime que 1,8 milhão de pessoas se mantenham relutantes em fazê-lo por diversos motivos, incluindo dúvidas sobre a velocidade de desenvolvimento das vacinas.