Em declarações à Lusa, Manuel Leal, representante sindical da Carris na Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações Fectrans, disse que os representantes sindicais solicitaram à empresa esforços para que os trabalhadores fossem inseridos na lista de prioritários para a vacina contra a covid-19 e que a administração “mostrou alguma sensibilidade” sobre esta possibilidade.

“No âmbito das medidas de proteção dos trabalhadores contra a covid-19, colocámos já ao Conselho de Administração a necessidade absoluta que vemos de os trabalhadores da Carris, obviamente sem passar à frente de ninguém, mas que possam também ser incluídos entre os grupos prioritários de vacinação”, disse.

De acordo com o sindicalista, o pedido “faz todo o sentido”, tendo em conta “a situação em que estão os trabalhadores da Carris diariamente sujeitos à possibilidade de contágio enquanto prestam um serviço essencial à mobilidade das populações na cidade”.

Segundo Manuel Leal, o Conselho de Administração da empresa transmitiu “que teria já colocado, no âmbito da Direção-Geral da Saúde [DGS], esta mesma questão", pelo que o sindicalista admite que "há algum caminho no sentido de resolver” esta questão.

Em 20 de janeiro, a Carris reduziu os seus horários de inverno em muitos percursos e suprimiu várias carreiras de bairro, medidas justificadas com o agravamento da situação epidemiológica provocada pela pandemia de covid-19 e a consequente suspensão por parte do Governo das atividades educativas e letivas de todos os estabelecimentos de ensino, bem como de um conjunto adicional de atividades económicas.

Questionado pelos deputados na Assembleia Municipal de Lisboa, o então vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar (PS), afirmou que a empresa não tinha motoristas suficientes para cumprir os horários, por ter profissionais em isolamento profilático, sob vigilância ou a dar assistência a familiares após o encerramento das escolas.

A Carris é gerida pela Câmara de Lisboa desde 01 de janeiro de 2017.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.682.032 mortos no mundo, resultantes de mais de 121,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.743 pessoas dos 816.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.