Em visita oficial a Portugal, Hans P. Klüge, ele próprio médico, lembrou que “há alguns ensaios clínicos em curso”, mas “as evidências ainda não são robustas o suficiente”.

Em declarações à Lusa, no final de uma visita a um centro de vacinação na capital, frisou: “Estamos a acompanhar de muito perto. Temos de esperar, para já. Não esperar passivamente, mas acompanhar as provas que surgem todos os dias. Portanto, teremos de esperar um pouco.”

Nesta fase, assinalou o responsável, “a primeira prioridade é conseguir aumentar a cobertura de vacinação da população adulta em toda a região” europeia.

“Em segundo lugar, dar uma terceira dose para as pessoas mais idosas e com imunidades reduzidas”, as mais vulneráveis ao vírus, continuou.

“Em terceiro lugar, [imunizar] os adolescentes, com 12 e mais anos, porque é muito importante manter as escolas abertas”, prosseguiu.

O diretor regional da OMS acredita que “no próximo ano vamos estar livres da pandemia, mas não da covid”. Ou seja, explicou, vamos passar para “uma situação endémica”, em que teremos “de aprender a viver com a covid-19, como estamos a fazer com a gripe”.

Um dos cenários que lhe parece possível é que a vacina contra a covid-19 venha a integrar os planos de vacinação e seja dada uma vez por ano, para garantir imunidade. “Não sabemos ainda, temos de olhar para os indícios, mas este é um dos cenários mais prováveis”, estimou.

Durante a visita oficial de dois dias – que hoje termina, com um encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa –, Hans P. Klüge elogiou a solidariedade de Portugal com países terceiros.

Destacando o que “Portugal está a cumprir com a sua parte”, o médico frisou que “é preciso mais partilha” e que “os países não podem esperar até que a vacina esteja quase a expirar”.

O trio de sucesso para vencer a pandemia é “partilhar, conter, aumentar capacidade de produção”, enumerou. “Ainda há muito… [a fazer]. Sou otimista, quero ser positivo. Vejo hoje muito mais solidariedade do que no início da crise pandémica. Muito mais”, compara.

“Mas não é suficiente. Os países estão agora a partilhar milhões [de vacinas], o G7, o G20 [grupos dos países mais poderosos do mundo] têm de partilhar milhares de milhões. Precisamos de 60 mil milhões de doses para matar a pandemia”, assinalou.

“Uma das lições que aprendemos com a covid-19 é que o mundo é uma pequena aldeia”, recorda, apelando para “uma liderança política global”.

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