Segundo Duarte Cordeio, o Governo, no ano passado, de uma forma inovadora, optou por contratualizar com os municípios e com as Organizações Não Governamentais (ONG) as intervenções na área que ardeu na serra da Estrela e hoje foi observado no terreno “o trabalho que está a ser desempenhado, de muita qualidade, com eficácia, [e] com proximidade no território”.

“Se as coisas não estão a avançar mais rápidas é porque realmente, por vezes, torna-se impossível encontrar meios para poder responder a tudo o que está a ser feito ao mesmo tempo”, salientou o ministro aos jornalistas, em Valhelhas, no concelho da Guarda.

O governante visitou durante a tarde o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) com deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas e acompanhado pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, e pelo ministro do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Juan Cabandié.

“Viemos ao PNSE ver o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em parceria entre o Estado e o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), os municípios, as Organizações Não Governamentais, que diz respeito a estabilização de emergência das encostas, a libertação das vias, limpeza de rios e linhas de água”, explicou.

Durante a visita foi observado o trabalho realizado em três locais (em duas zonas de Vale de Amoreira, concelho de Manteigas, e na zona de Valhelhas, município da Guarda), e o governante vincou que “esta forma de trabalho em parceria com as instituições no terreno, com os municípios, com as ONG, funciona e funciona bem”.

Duarte Cordeiro disse também aos jornalistas que em breve será feita uma reunião com os municípios para fazer um ponto de situação mais detalhado dos trabalhos de recuperação das áreas ardidas na zona da serra da Estrela, no verão de 2022.

Salientou, ainda, que no âmbito das medidas anunciadas “há muito trabalho realizado” e os municípios e as ONG conseguiram, apesar das dificuldades, “encontrar respostas no território”.

Lembrou que foram disponibilizados nove milhões de euros para intervenções para resposta imediata após o incêndio e para conferir segurança ao território.

Apesar do trabalho feito ainda falta fazer “muito”, reconheceu, mas sublinhou que é importante manter a “cultura de trabalho em que o território está envolvido em todos os passos”.

Também referiu que para o ICNF é “muito importante este processo de aprender com o que aconteceu” e o sucesso das medidas aplicadas após o incêndio funcionará “como uma prática a repetir no futuro”.

O presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Flávio Massano, disse durante a visita que a população poderá dizer que a intervenção foi atrasada, mas salientou que pelos passos que foi necessário dar, mais rápido “seria difícil”.

“Já muito foi feito (…), a nota que fica é: ainda há muito para fazer. E nós temos aqui um longo, um longo caminho para percorrer. E estamos focados em conseguir realizar, em executar”, disse.

Já na opinião do presidente do município da Guarda, Sérgio Costa, o incêndio deixou uma grande lição: “Depois dos incêndios decorrerem os territórios não podem ser abandonados”.

Por sua vez Manuel Franco, da Associação Guardiões da Serra, disse à comitiva que hoje visitou as áreas ardidas nos concelhos de Manteigas e da Guarda que o trabalho realizado na serra da Estrela “tem sido muito desafiante”.