Segundo os dados do Infarmed avançados esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias, em Portugal, em 2020, consumiram-se menos quatro milhões de embalagens de medicamentos, no entanto, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pagou mais 32,1 milhões de euros pelos fármacos, apesar de a despesa a cargo dos utentes ter diminuído 3,3 milhões.

Totalizando encargos para os utentes e para o SNS, foram gastos mais de dois mil milhões de euros (mais 1,4% do que em 2019) nas farmácias. O preço médio por embalagem de medicamento - 12,97 euros - aumentou 3,9% em comparação com o ano anterior.

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento, o SNS comparticipou um total de 1.359 milhões de euros (mais 2,4%) por 161,1 milhões de embalagens, enquanto os utentes gastaram 729,7 milhões (menos 0,5%).

Os medicamentos responsáveis pelo maior aumento na despesa foram: o anticoagulante apixabano, para prevenção dos acidentes vasculares cerebrais, com um custo de 48,6 milhões, mais 16,1%; o anti-hipertensor sacubitril + valsartan, para insuficiência cardíaca, que teve um custo total de 15,4 milhões; mais 63,6%; e o antidiabético dulaglutido, para diminuir a quantidade de açúcar no sangue, que custou 16,7 milhões, mais mais 56%.

As substâncias mais utilizadas são os medicamentos para o colesterol e a diabetes, que ultrapassaram até o consumo de paracetamol, o analgésico e antipirético mais popular – que teve uma quebra de menos 418 mil caixas (-11,2%) para 3,3 milhões.

A atorvastatina, utilizada para baixar os níveis de colesterol, teve um aumento de 462 mil embalagens (mais 9,5%) para 5,3 milhões, enquanto a metformina, para a diabetes, diminuiu no número de embalagens, tendo sido vendidas menos 1.950 (-0,1%), para um total de 3,5 milhões.

A despesa com medicamentos também aumentou nos hospitais do SNS, onde foram gastos 1345 milhões de euros, o que representou um aumento de 3,6% (mais 46,5 milhões) em relação a 2019.