No dia das eleições antecipadas para a Assembleia da República, Portugal deve ter cerca de um milhão de pessoas em confinamento e, desse total, entre “350 mil a 400 mil devem querer ir votar”, adiantou à Lusa o professor do departamento de matemática do Instituto Superior Técnico.

Esta estimativa é superior à anterior, que previa entre 180 a 250 mil eleitores isolados no dia das eleições, entre um universo total de cerca de 450 mil a 500 mil pessoas impedidas de sair de casa por estarem infetadas ou serem contactos de alto risco.

O Governo já recomendou aos eleitores que se encontram em confinamento obrigatório devido à covid-19 para votarem no domingo entre as 18:00 e as 19:00, aconselhando os restantes cidadãos a fazê-lo entre as 08:00 e as 18:00.

O Conselho de Ministros aprovou na última quarta-feira uma norma que contempla uma exceção para as pessoas em situação de confinamento obrigatório poderem sair de casa no dia das eleições para votarem.

A norma de exceção foi aprovada após o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) que concluiu que os eleitores sujeitos a confinamento obrigatório devido à covid-19 podem votar presencialmente a 30 de janeiro para as eleições legislativas.

Segundo o especialista em sistemas dinâmicos, esta alteração do cenário do número de pessoas em confinamento deve-se à norma que prevê que o aparecimento de um caso positivo não obriga ao isolamento de toda a turma de uma escola, mas também ao efeito da campanha eleitoral.

“É o efeito combinado das escolas e da campanha eleitoral. Mas a campanha eleitoral está a produzir uma subida muito surpreendente face aos modelos que nós tínhamos”, adiantou Henrique Oliveira, apontando a recente subida do índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus SARS-CoV-2.

De acordo com o matemático, o Rt – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – estava no domingo nos 1,16, mas era superior na região Centro (1,33) e no Norte (1,23).

Face a estas alterações, o pico da atual vaga da pandemia, que esteve previsto para ocorrer nos últimos dias, deverá agora acontecer entre o “início de fevereiro e até dia 12”, com o teto a atingir os 60 mil casos notificados em média a sete dias, mas com um máximo de infeções diárias de 130 mil.

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