Na quarta-feira, foram retiradas 1.800 pessoas em dez aviões militares C-17, elevando para 6.000 o total de indivíduos que Washington conseguiu fazer sair do país desde 14 de agosto, de acordo com o funcionário, que não quis ser identificado, citado pela agência Efe.

Não há indicação de quantas das pessoas transportadas pelos EUA têm nacionalidade americana e afegã.

O chefe do Estado Maior da Defesa, general Mark Milley, já tinha avaliado na quarta-feira o número de pessoas retiradas por Washington em cinco mil.

Os números são muito inferiores às expectativas do Pentágono, que pretendia transportar entre 5.000 a 9.000 pessoas por dia a partir do aeroporto de Cabul.

Os Estados Unidos retomaram na segunda-feira os voos militares no aeroporto de Cabul, que tinham sido interrompidos devido ao caos provocado pela concentração de centenas de afegãos na pista, tentando desesperadamente abandonar o país, após a tomada da capital pelos talibãs.

Na quarta-feira, em entrevista ao canal ABC News, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu que o seu Governo está a ter dificuldades para retirar do país os afegãos que ajudaram as tropas norte-americanas durante o conflito, apesar de os talibãs terem prometido que iriam permitir a passagem destes civis até ao aeroporto.

Biden disse que os EUA vão “fazer tudo que estiver ao [seu] alcance” para retirar do Afeganistão os norte-americanos e aliados antes de 31 de agosto, o prazo fixado para a retirada, mas admitiu que a presença militar poderá ter de ser mantida para lá dessa data, até todos os norte-americanos terem sido repatriados.

Até 15 mil norte-americanos permaneciam no Afeganistão após os talibãs terem assumido o controlo do país no fim de semana.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.