O Resumo não técnico do RECAPE - Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução da extensão do Metro do Porto entre Santo Ovídeo e Vila d’Este, que a Lusa hoje consultou e aponta um total de três anos de empreitada, está até dia 19 em debate público promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A construção dos 3,1 quilómetros de prolongamento da linha vai levar à movimentação de 319.691 metros cúbicos de terra, dos quais mais de 290 mil metros cúbicos provenientes de escavações, refere o documento, que estipulou em 60 quilómetros por hora a “velocidade na parte inicial e final do traçado”, devido a potenciais vibrações causadas pela circulação a 80 quilómetros por hora.

Quanto ao cronograma, considerou uma duração total de três anos de obra, com os primeiros dois dedicados às “intervenções mais pesadas”.

O terceiro ano destina-se aos “trabalhos de acabamentos” e “arranjos exteriores”.

A extensão da linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila d’Este, orçada em 130 milhões de euros, recebeu nove propostas no concurso público da Metro do Porto que ficou concluído no fim de maio.

As propostas estão agora em análise, segundo a empresa, que aponta o arranque da obra para o segundo semestre deste ano.

De acordo com o RECAPE, esta extensão é realizada segundo o conceito de via segregada, “não havendo partilha com trânsito rodoviário ou pedonal, exceto nas passadeiras de atravessamento das vias nos topos das estações de superfície do Hospital Santos Silva e de Vila d'Este”.

O documento refere a execução de dois viadutos, com cerca de 128 e 485 metros de extensão, justificados pelo relevo “acidentado para sul da Estação de Santo Ovídio até ao Monte da Virgem e a Vila D’Este”.

Um primeiro túnel, com “uma extensão de cerca de um quilómetro, possuirá uma estação subterrânea – a Manuel Leão – implantada no terreno baldio localizado nas traseiras da Escola EB 2/3 Soares dos Reis”.

Depois, o trajeto “desenvolve-se também em túnel, cruza a Rua de São Bartolomeu e transita para trincheira coberta”, passando “a trincheira aberta e assim se mantendo até à Estação Hospital Santos Silva, à superfície”.

De acordo com a empresa, o processo construtivo do túnel “garante, em condições normais, a progressão de escavação sem impacto à superfície”.

O documento observa que “o traçado vem à superfície para implantação da Estação Hospital Santos Silva ao nível da cota da rua Conceição Fernandes defronte da entrada principal do Hospital, mergulhando e passando a um nível inferior a Alameda do Monte da Virgem”.

De seguida, cruza, a um nível inferior, a rua Escultor Alves de Sousa (junto à rotunda com a R. Salgueiro Maia)”.

Quanto ao “troço final, desenvolve-se à superfície, na mancha florestal que antecede a estação terminal de Vila D’Este, implantada na rua Salgueiro Maia”.

A empreitada inclui ainda um Parque de Material e Oficinas numa área de cerca de 3,7 hectares, com acesso rodoviário a partir da rua Escultor Alves de Sousa.

A empresa aponta para o corte de 403 sobreiros, “estando prevista a medida compensatória de plantação de novos sobreiros noutro local, num total de 755”.

“Esta medida compensatória será implementada em áreas de um ou mais municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP), sendo devidamente articulada com os municípios em causa”, afirma.

O Metro do Porto opera atualmente em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto através de uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, tendo em 2019 ultrapassado os 71 milhões de clientes, de acordo com dados da empresa.

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