O jornal, que teve acesso ao inventário dos materiais apreendidos, explica que o FBI (polícia federal norte-americana) levou um total de 20 caixas da mansão de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, incluindo 11 coleções de materiais classificados.

O The Wall Street Journal diz que a lista, que poderá ser tornada pública ainda hoje, não dá detalhes sobre o conteúdo desses documentos, que em alguns casos tinham o rótulo “top secret”, o mais alto nível de confidencialidade que pode ser aplicado a informações no Sistema de inteligência dos Estados Unidos da América (EUA).

Entre os materiais recuperados pelo FBI e que aparecem detalhados, o jornal destaca arquivos relacionados com o perdão presidencial ao ex-colaborador de Trump Roger Stone e informações sobre o Presidente francês, Emmanuel Macron.

O inventário está contido num documento de sete páginas que também inclui o mandado de busca para a mansão de Mar-a-Lago.

O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, disse na quinta-feira que pediu a um tribunal da Florida que tornasse públicas todas essas informações.

O jornal The Washington Post, citando fontes anónimas, informou na quinta-feira que foram procurados documentos confidenciais sobre armas nucleares que o ex-presidente havia retirado da Casa Branca.

Donald Trump pediu que o conteúdo dos documentos apreendidos em sua casa seja publicado, numa operação que continua a descrever como uma “perseguição política” contra si.

Entretanto, a Administração Nacional de Arquivos e Registos dos EUA (NARA, na sigla em inglês) negou hoje a afirmação feita por Donald Trump, de que o seu antecessor, Barack Obama, não havia devolvido a essa organização documentos levados ao deixar a Casa Branca em 2017.

Numa breve declaração por escrito, a instituição disse que assumiu a custódia “legal e física” do material presidencial de Obama quando o chefe de Estado democrata deixou o poder.

“A NARA moveu aproximadamente 30 milhões de páginas de registos não confidenciais para uma instalação da NARA na área de Chicago, onde os mantém de forma exclusiva. Além disso, preserva os registos presidenciais confidenciais de Obama numa instalação própria na área de Washington”, indicou a instituição.

O arquivo nacional dos EUA destacou no comunicado que, conforme estabelecido por lei, o ex-presidente democrata não tem controlo sobre onde e como é guardado o material da sua gestão, que durou de 2009 a 2017.

Trump afirmou na quinta-feira que Obama enviou 30 milhões de páginas dos seus registos de administração para Chicago com a promessa de digitalizá-los e, eventualmente, colocá-los ‘online’, alegações agora contestadas pela NARA.