Assim, de acordo com o ponto de situação divulgado pela empresa, foram “suprimidos 907 comboios, cerca de 93% dos comboios programados, que eram 980. Realizaram-se 73, dos quais 14 eram serviços mínimos”, acrescentou.

Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, disse que “são números que refletem bem a adesão dos trabalhadores à greve de hoje, o impacto o que ela teve na organização do trabalho”.

“Isso significa que muitos trabalhadores, quer da área comercial, quer da manutenção e oficinas e outros serviços da CP estão paralisados. A esmagadora maioria dos trabalhadores hoje não se apresentou ao serviço e daí este impacto na circulação ferroviária”, referiu

“Não tivemos nenhum contacto com a CP”, disse ainda o dirigente sindical, referindo que a operadora “está mais empenhada em fazer comunicados para a opinião pública que, não dizendo a verdade toda, procura lançar alguma confusão”.

Hoje, a administração da CP anunciou que chegou a um acordo de princípio com 12 dos 15 sindicatos, para revisão do Acordo de Empresa, exceto com as três estruturas que convocaram a greve que está a decorrer.

A decisão de avançar para a greve foi tomada no final de abril, em plenários descentralizados de trabalhadores que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa na sexta-feira que a decisão dos trabalhadores é "um protesto contra a intransigência do Governo e da CP, o arrastamento das negociações e os salários baixos".

"O principal motivo desta greve são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades", disse o sindicalista.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma atualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Setor Empresarial do Estado e Administração Pública.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, "que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações".

Para os trabalhadores, "a proposta de aumento salarial de 0,9% significa, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante".

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