Em comunicado, a Presidência francesa refere que, numa conversa telefónica de cerca de uma hora e meia, os dois chefes de Estado analisaram o momento do conflito e a saída de Odessa (sudeste da Ucrânia), hoje, do primeiro navio para a exportação de cereais ucranianos.

Segundo o Palácio do Eliseu, Macron considerou tratar-se de uma “boa notícia”, garantindo que a França vai “continuar a apoiar os esforços europeus” para a exportação de cereais ucranianos por via terrestre e marítima, no âmbito dos “corredores de solidariedade”.

Macron confirmou também a vontade em prosseguir o apoio macroeconómico à Ucrânia, quer no curto prazo quer na reconstrução do país.

O Presidente francês recordou que, durante a recente viagem a África, que o levou aos Camarões, Benim e Guiné-Bissau, “denunciou a guerra de propaganda lançada pela Rússia”, lembrando que Moscovo está a utilizar a sua influência no continente africano para fazer da desinformação uma arma.

“Os presidentes francês e ucraniano concordaram em continuar os esforços conjuntos para combater a desinformação russa à escala global”, lê-se na nota.

Macron questionou Zelensky sobre as necessidades militares, humanitárias e económicas da Ucrânia e confirmou a vontade de Paris em continuar a apoiar o exército ucraniano na resistência ao agressor russo.

A conversa de hoje foi a primeira desde a visita de Macron a Kiev, a 16 de junho, em conjunto os chefes de Governo da Itália e da Alemanha, e a 35.ª que efetuam desde 10 de dezembro, incluindo os contactos pessoais.

Além disso, Macron conversou, desde 14 de dezembro, 28 vezes com o Presidente russo, Vladimir Putin, várias delas em conjunto com o chanceler alemão Olaf Scholz. Incluída nesta lista está a visita ao Kremlin, a 07 de fevereiro.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de cerca de 16 milhões de pessoas de suas casas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou que 5.237 civis morreram e 7.035 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 159.º dia, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.