O Santuário de Fátima anunciou hoje que a Imagem Peregrina n.º13 regressou a Portugal, "depois de ter visitado quinze lugares na Ucrânia, nos últimos sete meses".

Também esta tarde, a Missão Fátima-Ucrânia "levou a escultura oferecida pelo Santuário no passado mês de maio".

Com isto, prevê-se que a Imagem doada pelo Santuário possa percorrer o país, "deslocando-se a todas as zonas onde existir segurança", numa peregrinação que "está já a ser estudada pela Igreja greco-católica de Lviv".

"Agora que a escultura de Nossa Senhora de Fátima é ucraniana vamos procurar que ela percorra o país", disse à Sala de Imprensa do Santuário o padre Vasyl Bilash, um dos responsáveis pela peregrinação em Lviv.

A Imagem n.º 13

A Imagem n.º 13 é uma réplica da Imagem n.º 1. Feita segundo indicações da Irmã Lúcia, "a primeira Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi oferecida pelo bispo de Leiria e coroada solenemente pelo arcebispo de Évora, em 13 de maio de 1947. A partir dessa data, a Imagem percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro, levando consigo uma mensagem de paz e amor", segundo informação do santuário.

De acordo com uma nota da instituição, "a génese deste percurso remete para o ano de 1945, pouco depois do final da 2.ª Guerra Mundial, quando um pároco de Berlim propôs que uma imagem de Nossa Senhora de Fátima percorresse todas as capitais e cidades episcopais da Europa, até à fronteira da Rússia".

"A ideia foi retomada em abril de 1946, por um representante do Luxemburgo no Conselho Internacional da Juventude Católica Feminina, e, no ano seguinte, no preciso dia da sua coroação, teve início a primeira viagem. Depois de mais de meio século de peregrinação, em que a Imagem visitou 64 países dos vários continentes, alguns deles por diversas vezes, a Reitoria do Santuário de Fátima entendeu que ela não deveria sair mais, a não ser por alguma circunstância extraordinária, como foi o caso da Jornada Mundial da Juventude no Panamá, em janeiro de 2019”, é referido.

Para responder aos pedidos provenientes de todo o mundo, foram, entretanto, feitas 13 réplicas da primeira Imagem Peregrina.

Para o sacerdote, que chegou a Fátima acompanhado de nove leigos e outros dois sacerdotes ucranianos", a peregrinação da Imagem de Fátima nos últimos sete meses no seu país nata "foi um sinal de esperança que chegou à Ucrânia".

"Milhares de pessoas rezaram diante desta Imagem e muitas, que estavam assustadas e tinham já desistido da vida diante da guerra e das perdas que sofreram, voltaram a acreditar que será possível vencer a guerra e libertar a Ucrânia da ocupação Russa" acentuou.

"Foi um sinal de esperança mas foi também um milagre que a presença da Virgem de Fátima operou", acrescentou o padre.

Outro dos elementos da comitiva lembrou um momento de grande significado para todos. "Uma semana depois de a Imagem ter chegado e da Consagração, os russos começaram a abandonar Kiev e esta libertação da nossa capital foi um dos grandes sinais que a Virgem nos deixou e cujo milagre atribuímos a Nossa Senhora de Fátima", apontou.

A comitiva ucraniana foi recebida em Fátima pelo reitor do Santuário, o Pe. Carlos Cabecinhas, que lembrou a oração "permanente e diária" que se tem feito na Cova da Iria desde que a guerra começou.

"Continuaremos a rezar por vós. Quero que saibam que não estão sozinhos!", disse.

O Santuário frisa ainda que no final do encontro houve uma troca de presentes e foi entoado um cântico ucraniano, como símbolo de um "adeus com a promessa de novos e frutuosos encontros".

Depois disto, só faltava dar mais um passo: a Imagem da Virgem Peregrina de Fátima, oferecida ao arcebispado de Lviv e benzida no final da Peregrinação Internacional de Maio, vai agora seguir viagem para a Ucrânia, "onde ficará permanentemente".

Os passos para a chegada da Imagem n.º 13 à Ucrânia

A 10 de março, pouco depois de ter rebentado a guerra na Ucrânia, o Arcebispo Metropolita da Igreja Greco-Católica de Lviv, Ihor Vozniak, fez um pedido formal ao Santuário de Fátima: o país queria receber no seu território a Imagem Peregrina de Nossa Senhora.

"Pedimos que nos possam enviar a Imagem da Virgem Peregrina de Fátima para a Ucrânia para que possamos rezar pedindo a sua proteção para que a paz regresse ao país", apelou.

Dois dias depois, o Santuário de Fátima anunciou o envio da Imagem n.º 13 para o país. "Unidos no mesmo espírito de oração, é com agrado que o Santuário de Fátima responde positivamente ao pedido de envio de uma Imagem da Virgem Peregrina de Fátima", referia a carta enviada ao Arcebispo.

Nessa carta, era explicado que a deslocação desta Imagem ao território ucraniano, que acontece pela primeira vez, "se deve a este esforço pastoral de oração pela paz no mundo, em especial na Ucrânia".

A oferta de uma Nossa Senhora à Ucrânia

Quando a Imagem Peregrina de Nossa Senhora, a n.º 13, foi para a Ucrânia, em março, decidiu-se que ficaria no país em guerra durante 30 dias. O ponto central seria a catedral de Lviv, mas com a intenção de que "daí pudesse chegar a outras dioceses da Ucrânia e a muitas paróquias, onde fosse possível", explicou o Reitor do Santuário, Pe. Carlos Cabecinhas, em maio.

Contudo, devido ao cenário de guerra, o Arcebispo local pediu "o prolongamento da presença da Imagem ou a sua cedência". O Santuário de Fátima decidiu que a visita podia prolongar-se, mas deu "resposta negativa" à sua doação.

"A Imagem Peregrina, por definição, é aquela que parte do Santuário e regressa ao Santuário de Fátima", apontou.

Neste seguimento, o Santuário decidiu "oferecer uma Imagem nova, idêntica àquela peregrina, para que fique de forma definitiva na catedral de Lviv", que foi benzida na celebração do 13 de Maio.

Em setembro, o Santuário de Fátima referia ao SAPO24 que a Imagem seguiria para a Ucrânia este mês de outubro, como agora se verifica.

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