“O que se está a falar é de desenvolvermos e aprofundarmos uma metodologia de estudo e de avaliação que foi lançada em 2017, depois dos incêndios de Pedrógão e que pode, agora, ser alargada ao conjunto de centros de conhecimento e de investigação do país tendo em vista avaliar, sobretudo, esses 10% de incêndios que ultrapassaram os 90 minutos”, afirmou José Luís Carneiro, que falava no Peso da Régua, após uma homenagem pela câmara aos bombeiros do concelho.

Esta manhã, o ministro já tinha dito que a avaliação aos maiores fogos do ano avança assim que o incêndio na serra da Estrela estiver extinto, referindo que a secretária de Estado da Proteção Civil “tem o despacho preparado” para o efeito.

Ao final da tarde, na Régua, José Luís Carneiro voltou ao assunto e lembrou que mais de 90% dos incêndios ardem até 90 minutos e queimam até um hectare, o que, na sua opinião, revela que “há uma grande eficácia no dispositivo”.

Desde janeiro foram registados cerca de 7.000 incêndios em todo o país. Os restantes 10%, apontou, passam a grandes incêndios.

“Teremos a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais [AGIF] a coordenar e a enquadrar, em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil [ANEPC], procurando de novo ter o contributo de todas as estruturas, centros de investigação e de conhecimento independentes, por forma a que este estudo, avaliação e conhecimento que se venha a produzir seja independente, rigoroso e cientificamente validado, por forma a que o poder político possa atuar em função das recomendações que venham a ser feitas”, frisou.

Na terça-feira haverá, já neste sentido, uma reunião que juntará a AGIF, a Proteção Civil, o ICNF e outras instituições que integram este dispositivo nacional.

“É importante que nós possamos aprender com as experiências, […] com aquilo que corre bem e com aquilo que corre menos bem. É isso que se vai procurar desenvolver e aprofundar no seguimento daquilo que já foi feito em 2017”, acrescentou.

Questionado sobre as críticas ao combate, estratégia e coordenação do incêndio na serra da Estrela, José Luis Carneiro respondeu: “convém sermos serenos na avaliação destas matérias”.

Pois, relembrou, a “conjugação de fatores não pode ser desligada daquilo que se passou”, como as condições meteorológicas muito difíceis, com o país a viver uma seca extrema, a acumulação de massa florestal, os ventos secos, a orografia difícil e a falta de acessibilidades.

“Há que ter prioridades e a prioridade está na proteção da vida das pessoas, na proteção dos seus bens e dar tudo aquilo que é o nosso conhecimento. Todo o conhecimento do país, toda a cooperação entre as forças e serviços de Proteção Civil têm sido mobilizados para o combate aos incêndios e isso também aconteceu na serra da Estrela”, salientou.

O fogo na serra da Estrela, que teve início no dia 06 na Covilhã e foi dominado uma semana depois, terá consumido uma área entre os distritos de Castelo Branco e Guarda que poderá superar 14 mil hectares, segundo dados oficiais provisórios.

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