O capitão Ali al Saadi, do Comando de Operações de Bagdad, disse à agência espanhola Efe que foram “reforçadas as medidas de segurança na ‘Zona Verde’ e arredores” com unidades do Exército, da polícia e das forças de intervenção, por receio de confrontos durante a manifestação prevista para hoje à noite.

A aliança (Marco da Coordenação) de partidos xiitas iraquianos composta por formações pró-iranianas, rivais do movimento de al-Sadr, apelou no domingo à mobilização de protesto contra a ocupação do Parlamento por parte dos seguidores do clérigo.

Na convocatória apela-se a uma “manifestação pacífica em defesa do Estado” junto da “Zona Verde”, a área fortificada do centro da capital do Iraque onde se encontra o edifício do Parlamento.

“Temem-se confrontos entre os apoiantes de al-Sadr e os manifestantes do Marco da Coordenação”, disse ainda o oficial do Comando de Operações de Bagdad, acrescentando que foram tomadas “medidas de segurança” para que sejam evitados contactos violentos.

Os seguidores de al-Sadr mantêm-se há três dias no Parlamento; já tinham ocupado o edifício, pela primeira vez, na quarta-feira passada, poucas horas depois de a aliança rival ter anunciado a sessão legislativa que pretendia eleger o candidato a presidente.

A medida legislativa da aliança apoiada por Teerão pretendia abrir caminho para a formação de um novo Executivo iraquiano.

Os simpatizantes do clérigo xiita não concordam com o nome escolhido pela aliança Marco da Coordenação: Mohamed Shia al Sudani, ex-ministro, promovido pelo antigo primeiro-ministro Nuri al Maliki - no poder entre 2006 e 2014 – rival político de al-Sadr e da população xiita do Iraque.

Muqtada al-Sadr considerou o “protesto” (ocupação do Parlamento) “revolução espontânea e pacífica” tendo urgido os fiéis a continuarem a defender “reformas políticas, constitucionais e eleitoralistas”.

O bloco partidário apoiado por al-Sadr venceu as eleições legislativas de 2021 elegendo 73 deputados mas as fortes divisões da Câmara Baixa, constituída por 329 parlamentares, provocaram a renúncia do Executivo no passado mês de junho durante um bloqueio eleitoral provocado pela aliança pró-iraniana.