Rui Tavares não percorreu a totalidade dos quase três quilómetros da Avenida Santo Condestável ocupados ao domingo pela habitual Feira do Relógio, mas durante cerca de uma hora andou entre bancas a distribuir folhetos do partido, parando pontualmente para conversar com os eleitores.

“Sabe que somos o país da Europa Ocidental onde se passa mais frio dentro de casa no inverno”, dizia o candidato do Livre por Lisboa a uma dos milhares de pessoas que passaram hoje por aquela feira.

As condições de habitação foram um dos temas escolhidos por Rui Tavares para destacar no dia em que arranca oficialmente a campanha oficial para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.

Pouco antes de se cruzar e falar com Marco, Rui Tavares justificava a importância da questão, em declarações aos jornalistas, referindo que em Portugal ainda existem pessoas que recorrem a métodos pouco seguros, como braseiros, para aquecer as suas casas.

A proposta do Livre passa pelo investimento na eficiência energética das casas, permitindo ao mesmo tempo diminuir as despesas das famílias com a eletricidade e “ajudar a salvar o planeta com as pessoas, e não contra as pessoas”.

“É um plano caro, mas pode ser feito em dois ou três anos”, apontou Rui Tavares, precisando que as estimativas apontam um custo de cerca de 1.500 milhões de euros.

“Mas tem uma grande vantagem: é um investimento que quando é feito, fica feito para sempre”, acrescentou, referindo ainda que tem um impacto positivo não só no conforto das famílias, mas também no Serviço Nacional de Saúde, assumindo que a incidência dos casos de gripe não seria tão grande, e na produtividade dos trabalhadores com a expansão do programa às empresas.

Além da habitação, o também fundador do Livre quis conversar com as pessoas também sobre o tema dos transportes, designadamente do transporte escolar, apresentando a proposta para uma nova modalidade de transporte que faça o trajeto entre a escola e a casa dos alunos.

“Muitas pessoas tiram o carro e vão com o carro para as ruas porque têm que levar os filhos e as filhas às escolas. É uma das razões mais citadas para ter de andar de carro todos os dias, e tornar-se difícil não levar o carro individual se não houver um transporte escolar que seja da porta da casa à porta da escola, o que não existe hoje em dia”, sublinhou.

A teoria foi corroborada por Marco, com quem Rui Tavares já tinha falado sobre o frio nas casas portuguesas, que disse que levava diariamente os filhos à escola porque não tinha alternativa.

“Essa é a nossa proposta: haver um sistema de transporte escolar com carrinhas elétricas e miniautocarros elétricos em que os auxiliares de ação educativa também podem ir para que os miúdos vão em segurança e muita gente não precisaria de usar o carro”, explicou o candidato.

Além de servir os alunos, acrescenta, aquele transporte estaria também disponível, noutros horários, para levar a população sénior aos centros de saúde ou outros serviços.