No verão de 2016 verificou-se uma rotura entre os operadores marítimo-turísticos especializados em cruzeiros de um dia no rio Douro, que criticaram o mau serviço da CP e trocaram o comboio pelo autocarros como meio de transporte complementar ao barco.

Hoje, a CP - Comboios de Portugal e as empresas Barcadouro, Rota do Douro e Tomaz do Douro assinaram um protocolo que vai colocar em funcionamento, na época alta do turismo neste território, um comboio exclusivo para os turistas dos cruzeiros fluviais.

“Estamos aqui a resolver um problema que estava por revolver pelo menos há dois verões e que foi resolvido em tempo a caminho do próximo verão, pelo bom entendimento das partes”, afirmou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, que participou na cerimónia, que decorreu na estação de Peso da Régua.

Esta situação de afastamento entre a procura da ferrovia e a oferta disponibilizada era, para o responsável, uma “situação que não era sustentável”.

“Esta é uma solução que melhor promove o desenvolvimento da região”, frisou.

Entre 1 maio e 31 outubro e até à conclusão da eletrificação da Linha do Douro, o comboio dedicado aos turistas dos cruzeiros fluviais partirá do Porto, pelas 8:25 horas, chegando à Régua às 10:25 horas. No sentido inverso, a partida será às 17:15 horas e a chegada ao Porto acontecerá pelas 19:10 horas.

Este comboio exclusivo poderá transportar entre 200 até aos 600 passageiros e não colide com a oferta regular, que se manterá.

Matilde Costa, porta-voz das empresas de cruzeiros signatárias do protocolo, mostrou-se “muito satisfeita” com a conquista desta “primeira batalha”, mas disse esperar que este possa ser alargado no futuro. “É um dia muito importante para nós, o comboio desde sempre que parte do nosso programa complementar ao barco e realmente nos últimos anos tem sido muito complicado”, salientou.

Em 2016, as operadoras ultrapassaram os “200 mil turistas que subiram ou desceram o rio” nas quase 20 embarcações dos cruzeiros diários no Douro. Estas empresas fornecem viagens de umas horas a um dia, que podem partir do Porto, do Peso da Régua, Pinhão ou Barca de Alva, e o pacote proporcionava a viagem de regresso de comboio.

A responsável frisou ainda que este protocolo vem encerrar um diferendo que “ameaçava todo o segmento da atividade marítimo-turística que mais tem crescido no Douro nos últimos anos”.

Matilde Costa considerou que esta solução “ajuda a potenciar o Douro como destino e marca turística de excelência no mercado internacional”.

“Basta que os turistas passem a fazer cruzeiros de dois dias, ficando uma noite no Douro, pelo menos, e a economia regional e a atratividade do Douro melhorarão substancialmente”, sustentou.

Por sua vez o presidente da CP, Manuel Queiró, referiu que “Douro merece mais e melhor” e lembrou o “rápido incremento da procura nesta região”.

O responsável explicou que a CP vai começar “de imediato” a fazer as alterações de utilização do material circulante que será transferido de outras regiões do país para o Douro.

Manuel Queiró salientou que o investimento na ferrovia “tem retorno” e lembrou o esforço que está a ser feito para sensibilizar a tutela para uma maior aposta da tutela no setor.