Durante o telefonema, que durou cerca de setenta minutos, Emmanuel Macron “exigiu novamente o respeito imediato de um cessar-fogo” na Ucrânia, informou a presidência francesa.

Macron expressou a sua “extrema preocupação” com a situação em Mariupol, uma cidade no sudeste da Ucrânia bombardeada pelo Exército russo, e pediu “o levantamento do cerco e um acesso humanitário”, segundo a mesma fonte.

Por seu lado, o Kremlin disse em comunicado que Putin “chamou a atenção para os numerosos crimes de guerra cometidos diariamente pelas forças de segurança e nacionalistas ucranianos”.

Depois de o presidente norte-americano Joe Biden ter dito que Putin é “um criminoso de guerra”, na quinta-feira, os Estados Unidos acusaram a Rússia de cometer crimes de guerra durante a invasão da Ucrânia, que já dura há mais de três semanas.

Na conversa de hoje com Macron, Putin invocou “os ataques massivos de foguetes e de artilharia nas cidades do Donbass”, a região no leste da Ucrânia parcialmente controlada por separatistas pró-Moscovo.

O Presidente russo também assegurou que “as forças armadas russas estão a fazer todo o possível para preservar a vida de civis, em particular criando corredores humanitários para a sua evacuação segura”, versão que Kiev e os países ocidentais disputam, sustentando que as forças russas têm dificultado o auxílio a cidades cercadas e que os seus ataques visam alvos civis.

Os dois líderes também discutiram as negociações em curso entre Moscovo e Kiev, de acordo com o Kremlin.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,2 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.