Maduro propôs ainda criar uma secretaria-geral da Celac em contraposição à da Organização de Estados Americanos (OEA), que o Governo venezuelano diz estar ao serviço dos EUA.

“Ratifico a proposta que vos enviei por escrito e que fiz à minha chegada intempestiva ao México (…)  precisamos de construir um novo quadro institucional para a Celac. Há que retomar o que tínhamos começado a construir, porque começámos a construir uma institucionalidade que estava a funcionar”, disse.

Nicolás Maduro falava na VI Cimeira de Chefes de Estado dos 33 países da Celac, durante a qual explicou que “os Conselhos de Ministros de Economia, do Social e da Política, existiam, funcionavam, faziam propostas. Havia um diálogo inter-regional muito valioso.

“Proponho que retomemos imediatamente os três Conselhos de Ministros mais importantes, o Social, para abordar imediatamente a agenda da pandemia e das alterações climáticas, o de Economia, para abordar as propostas sobre a integração comercial, sobre o Tratado de Desenvolvimento Económico e, os ministros de relações exteriores devem acompanhar o ritmo do Conselho de Ministros Políticos”, disse.

O Presidente da Venezuela disse ainda que “há uma contradição” entre “a OEA e a Celac”, a da “velha contradição do monroísmo e do bolivarianismo, da América para os americanos que nos consideram o seu quintal traseiro e que permanece intacta”.

“O bolivarianismo, o latino-americanismo, o ‘unionismo’ (de união) e a Celac são o nosso caminho. Por que proponho que avaliemos, com cabeça fria, com equilíbrio, a constituição de um Secretaria-geral da Celac, com suficiente poder para que possa tomar as rédeas da construção do sonho que alguns de vós mencionaram”, disse o governante.

Segundo Maduro, alguns governantes da região “sonham com (ser) a União Europeia” mas “há boas experiências na União Africana, na Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

“Pensamos que é importante dar estes passos no desenvolvimento de um novo marco institucional”, frisou.

Por outro lado, agradeceu ao México pelo apoio dado à Venezuela nos “diálogos de paz e soberania” entre o Governo venezuelano e a oposição.

“Peço o apoio de todos os Governos da América Latina e das Caraíbas, porque o único caminho que a Venezuela pode ter é o diálogo, a paz, o reencontro, a reconciliação”, disse, recordando que os venezuelanos vão realizar eleições regionais no próximo mês de novembro.

Antes, no início da sua intervenção, Nicolás Maduro, advertiu que há quatro anos que não se realizada nenhuma cimeira da Celac e que isso tinha +provocado que o esforço unitário tivesse começado a minguar.

“A política internacional deve estar ao serviço do Direito Internacional, dos grandes interesses da humanidade e da região. Devemos virar a página sobre o divisionismo que se instalou na América Latina, do assédio à Revolução Bolivariana, e agora, do assédio incessante da Revolução Cubana e à Revolução Nicaraguense”, frisou.

Segundo Maduro “esse não é o caminho”, pois “teríamos suficientes pedras para lançar contra alguns de vocês”.

“Mas, não viemos a lançar pedras, viemos a estender a mão para o trabalho, o diálogo e para a união nos grandes acontecer”, disse.

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