"Isto é um investimento que a Câmara faz à cabeça, muito significativo, por duas razões: em primeiro lugar, porque nós hoje podemos, porque a Câmara Municipal de Lisboa hoje tem condições financeiras sólidas que nos permitem avançar com um investimento desta natureza, e em segundo lugar, e mais importante, porque isto é uma prioridade para a cidade", afirmou Fernando Medina (PS).

Segundo o autarca - que falava à margem da cerimónia de apresentação dos novos centros, no Pavilhão do Conhecimento - garantir "melhores condições de acesso aos cuidados primários de saúde é (...) um elemento essencial da qualidade de vida e do conforto das pessoas, em particular da população mais idosa que mais recorre a estes centros".

Lisboa vai ter 14 novas unidades de saúde (11 construídas de raiz e três reabilitadas) que, até 2020, irão substituir centros de saúde em prédios de habitação frequentados por mais 300 mil utentes.

"São centros de nova geração, com mais valências, o que permite também reduzir a pressão sobre a rede hospitalar", apontou o autarca, aludindo a serviços nas áreas da saúde oral e visual e a meios de diagnóstico e terapêuticos.

Os novos centros de saúde, para os quais hoje foram assinados protocolos com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, estão localizados na Alta de Lisboa, Telheiras, Alcântara, Ajuda, Restelo, Alto dos Moinhos, Fonte Nova (Benfica), Marvila, Campo de Ourique, Areeiro, Arroios, Beato, Sapadores e Parque das Nações.

O primeiro a abrir, já em abril, é o do Areeiro, no edifício dos Serviços Sociais da Câmara de Lisboa, sendo o que exige "obras de menor dimensão". Ali já existem serviços de saúde para funcionários da autarquia e familiares.

Segue-se "um segundo bloco" de centros que serão construídos com um modelo semelhante - Parque das Nações, Alta de Lisboa e Restelo - e um "terceiro conjunto" de espaços que serão requalificados, como o de Alcântara.

No caso do Parque das Nações, o local já está definido desde 1998, mas o projeto ainda não saiu do papel.

Segundo o secretário da Junta do Parque das Nações, Luís Lucas Lopes, este será o "concretizar de promessas de anos e anos a fio de muitos políticos", o que tem obrigado os fregueses a recorrer a centros de saúde limítrofes ou aos vários hospitais privados que existem na zona.

Ao todo, prevê-se um investimento de 30 milhões de euros, ao qual acresce o valor dos terrenos, alguns propriedade do Ministério da Saúde e outros da Câmara.

Para os utilizar, o Governo pagará uma renda à autarquia.

Fernando Medina apontou que a autarquia vai recorrer a verbas próprias porque "Lisboa não tem financiamento comunitário" nesta área.

Também presente na ocasião, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes sublinhou que esta é "a maior vaga de investimento na região de Lisboa" feita nas últimas décadas.

O governante anunciou ainda que, além do protocolo assinado a Câmara, a tutela vai criar duas novas unidades de saúde no hospital Pulido Valente, alargar o centro de saúde de Sete Rios e criar polos nos hospitais Professor Doutor Fernando Fonseca e Garcia de Orta - estes últimos, já situados na área metropolitana.