Um caso pertencente às ditas exceções, um certificado de vacinação completa, um de recuperação da covid-19 ou o resultado de um teste laboratorial negativo. Sem um destes bilhetes, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) era espaço vedado entre as 15h de sexta-feira e as 6h00 de hoje, para entradas e saídas. Segundo as autoridades, assim foi para mais de mil pessoas.

Num balanço provisório, a GNR apontou ter feito 140 operações na AML e fiscalizado mais de 14 mil veículos. Desta vistoria, foram registadas 1.095 recusas de entrada ou saída, tendo os militares mandado estas pessoas que ainda não estavam em incumprimento regressar ao domicílio. Mas houve quem passasse a linha imposta sem as exceções previstas na lei: foram registadas 68 contraordenações por incumprimento à legislação em vigor.

Segundo o capitão João Gaspar, das Relações Públicas da Guarda Nacional Republicana, este fim de semana foi detetado um maior número de recusas de entradas e saídas da AML do que no fim de semana anterior, o primeiro em que estiveram em vigor as restrições nesta zona.

E o que dizem os dados sobre a mobilidade da população? De acordo com um relatório do Painel PSE, disponibilizado ao SAPO24, as restrições na AML tiveram impacto nas entradas, mas não nas saídas da região. Olhando para a totalidade da semana — e não apenas para os dias com regras diferentes —, verifica-se que as entradas reduziam em 8,6% face a uma semana habitual, mas que as saídas aumentaram em 0,6%, comparativamente ao que costuma acontecer.

Assim, estes dados permitem afirmar, segundo os especialistas, que "houve um fenómeno de antecipação das deslocações que foi particularmente visível no número de pessoas que saíram da Área Metropolitana de Lisboa na quinta e mesmo na sexta-feira anteriores às restrições".  Ou seja, as pessoas "aproveitaram sobretudo os dias 24 e 25 de junho para realizar as deslocações que tipicamente fariam no fim de semana".

Feita a análise total, são três as conclusões possíveis quanto às restrições impostas:

  • Impactaram sobretudo o tráfego durante o fim de semana;
  • Reduziram o número de pessoas a entrar na AML durante a semana;
  • Não impactaram os movimentos de pessoas a sair da AML, se forem considerados todos os dias da semana.

Entre deslocações e restrições, assim segue a pandemia, em dias feitos de números que vão traduzindo a realidade: em Portugal, já morreram 17.086 pessoas e foram confirmados 875.449 casos de infeção no total, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. À data de hoje, estão internadas 502 pessoas com covid-19 — número mais elevado desde 6 de abril, quando estavam hospitalizadas 504 pessoas. Tal como os gráficos da mobilidade, também os da pandemia vão apresentado subidas e descidas — mas que possam, por fim, reduzir valores e trazer a normalidade que todos anseiam.

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