“Num contexto de subida das taxas juro a um ritmo e forma que não está nas nossas mãos decidir, a medida que melhor protege empresas e famílias é certamente cuidar dos ganhos que conseguimos obter relativamente aos juros que a República é obrigada a suportar, porque a partir daí, em cadeia, sistema financeiro, empresas e famílias estão sempre ligadas a esse indexante”, afirmou Fernando Medina numa conferência da Ordem dos Economistas, em Lisboa.

Segundo o ministro das Finanças, “mesmo num ano em que as regras orçamentais se encontram suspensas”, o Governo está focado em reduzir a dívida pública e mesmo acelerar esse objetivo, pois — considerou — finanças públicas mais equilibradas são a melhor forma de “manutenção do poder de compra das famílias”.

“Daí a importância em não abrandar, direi mesmo, em acelerar o cumprimento deste objetivo, que é um objetivo estratégico para o país, que é retirar Portugal da lista do ‘top’ dos países com maior dívida pública da Europa”, afirmou.

Medina vincou que o executivo não faz isso para ser “bom aluno”, mas “porque é a melhor forma de defender a economia e assegurar margem para futuro”.

Para este ano, segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE2022), o défice orçamental deverá baixar para 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida pública para 120,7% do PIB.