“As ações terroristas que, antes de tudo sacrificam vidas de moçambicanos, constituem uma ameaça real à soberania e a independência nacional. Comprometem não apenas o desempenho socioeconómico daquela região, mas também de todo o país”, declarou Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante as cerimónias centrais de celebração do 47.º aniversário da independência na capital moçambicana (Maputo).

Para Filipe Nyusi, o combate aos grupos armados que desde 2017 tem aterrorizado o Norte de Moçambique deve continuar entre as prioridades e os esforços das Forças de Defesa e Segurança, em coordenação com o Ruanda e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), têm estado a fechar o cerco aos rebeldes, que estão a fugir para a faixa sul da província de Cabo Delgado.

“Os terroristas procuram provocar mais terror e pavor nas populações e, através da mediatização, tentam lançar a mensagem de que estão organizados e revigorados”, afirmou Filipe Nyusi, esclarecendo que, no entanto, os rebeldes não dominam qualquer povoação, distrito ou posto administrativo.

“Apesar do registo de focos de ataques, não existe atualmente nenhuma povoação ou sede de posto administrativo nas mãos dos terroristas. A província de Cabo Delgado está sob direção das autoridades moçambicanas”, frisou o chefe de Estado moçambicano.

O Presidente moçambicano lamentou ainda o envolvimento de alguns moçambicanos que vivem em outras cidades nas estratégias dos insurgentes, alertando para a existência de tentativas de recrutamento de jovens em outras províncias.

“Sabemos que os terroristas intensificam o recrutamento de jovens para ingressarem nas suas fileiras. Reiteramos o nosso apelo à vigilância popular para desarticularmos a rede de informadores e logística dos terroristas”, disse Filipe Nyusi, destacando que “a independência do país só faz sentido se a paz prevalecer em todo território moçambicano”.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

Com cerimónias em pelo menos todas as capitais provinciais, Moçambique celebra hoje 47 anos após a proclamação da independência em 1975 pelo então Presidente Samora Machel, após uma luta armada de libertação contra o regime colonial português que começou em 1964.

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