Derrick Rossi, fundador da Moderna, revelou ao Expresso, numa entrevista sobre o papel que vacinas e tratamentos baseados em mRNA poderão ter no futuro, que a vacina contra a covid-19 da Moderna ficou "pronta para ser testada" apenas 42 dias depois de a biofarmacêutica ter recebido o genoma do vírus que causa a doença.

"Num prazo máximo de dez anos, todas as vacinas terão por base esta tecnologia. Têm custo menor, maior eficácia e segurança", sublinhou Rossi.

A utilização mais regular de vacinas de mRNA estarão dependentes essencialmente dos Estados, afirma Derrick Rossi que admite que apesar de alguns ensaios que estão atualmente a decorrer poderem falhar, "maioritariamente por razões relacionadas com a eficácia", garante que "será difícil as vacinas mRNA terem problemas relacionados com a segurança".

"Há cerca de cinco anos, costumava dizer que num prazo de dez existiriam cerca de meia dezena de medicamentos mRNA. Duas décadas depois? Mais de 20. Os números dessa previsão serão pulverizados, dado o investimento em massa nesta área. Empresas que desenvolvem tecnologia mRNA nascem como cogumelos pelo mundo fora. Toda a gente quer ganhar dinheiro com ela. Isso é bom. Mais dinheiro, mais recursos, mais pessoas, mais cérebros, mais programas em desenvolvimento", explicou revelando que atualmente este método já está a ser testado em áreas como a oncologia.