O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, lamentou a morte da escritora destacando a sua “perspetiva progressista”.

Na sua conta oficial na plataforma Twitter, o chefe do Governo escreveu: “Perdemos uma das principais escritoras do nosso tempo (…) empenhada e corajosa, que narrou a nossa história recente de um ponto de vista progressista. A sua memória, o seu trabalho, estará sempre connosco, Almudena Grandes”.

Nascida em Madrid em 1960, Grandes é uma das mais importantes escritoras da literatura espanhola contemporânea, vencedora do Prémio Nacional de Ficção em 2018, autora de romances como “Las edades de Lulú” e “Malena es un nombre de tango”, entre outras grandes obras, e mulher do poeta Luís García Montero, atual diretor do Instituto Cervantes.

Escritora lutadora e comprometida com o feminismo e com a luta política de esquerda, Almudena Grandes é também considerada uma das mais consolidadas autoras da literatura espanhola e com maior projeção internacional.

Nomeada doutora ‘honoris causa’ pela Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED) em 2020, também detém o prémio italiano Rosone d’Or, pela sua obra como um todo (1997), o Prémio Julián Besteiro de Artes e Literatura (2002), o Prémio Internacional de Advogados de Atocha, atribuído em 2017, e o Prémio Jean Monnet de Literatura Europeia, em 2020, para “Os doentes do doutor García”.

O seu primeiro grande sucesso foi ” Las edades de Lulú “, que publicou em 1989, e com “Malena es un nombre de tango” veio a sua consagração como escritora.

“Atlas de geografía humana” (1998), “Los aires difíciles” (2002), “Castillos de Cartón” (2004) ou “El corazón helado” (2007) são títulos de outras grandes obras de Almudena Grandes. Em 2010, publicou “Inés y la alegría”, o primeiro de uma série intitulada “Episodios de una guerra interminável”, que lhe valeu numerosos prémios.

Colaboradora regular dos jornais e dos ‘media’, em 10 de outubro anunciou na sua coluna regular no El País que sofria de cancro, diagnosticado em setembro do ano passado, que foi a causa da sua morte na sua casa em Madrid.

A autora tem três obras publicadas em Portugal: “Os doentes do doutor García”, de 1999, “Castelos de cartão”, de 2007, e “Os ares difíceis”, de 2008.