A Família Real britânica anunciou que Isabel II, rainha do Reino Unido e chefe da Commonwealth, morreu. Sucede-lhe o filho varão, o príncipe Carlos.

"A Rainha morreu em paz em Balmoral esta tarde. O Rei e a Rainha Consorte vão passar a noite em Balmoral e regressarão a Londres amanhã", lê-se no tweet publicado pela conta oficial da Família Real britânica.

Durante a manhã, o Palácio de Buckingham emitiu um comunicado indicando que a monarca tinha sido colocada sob supervisão médica."Perante as avaliações feitas esta manhã, os médicos da Rainha estão preocupados com a saúde de Sua Majestade e recomendam que esta permaneça sob supervisão médica", informou uma curta nota oficial.

"Depois de um dia agitado ontem (terça-feira), Sua Majestade aceitou esta tarde" o conselho para descansar dado pelos seus médicos, explicou um porta-voz do Palácio, que, não obstante, fez saber que “rainha continua a sentir-se confortável e permanecerá em Balmoral", na Escócia, onde costumava passar o final do verão.

Os sinais que se foram sucedendo, porém, pintaram um cenário bem mais adverso. A BBC interrompeu a sua emissão oficial para comunicar o boletim clínico de Isabel II, tal como a sessão parlamentar em Westminster, tendo os deputados presentes recebido notas a avisar do sucedido.

A família real foi convocada com urgência para se dirigir a Balmoral, o que inclui o seu filho e herdeiro do trono, Charles, e o neto William deslocaram-se à Escócia, assim como o outro neto, Harry, que tem estado afastado da família, fazendo-se acompanhar da mulher, Meghan Markle.

A rainha já tinha faltado ao Braemar Gathering, um festival folclórico escocês que costuma frequentar, no passado fim de semana, além de não regressar a Londres para comparecer à tomada de posse de Liz Truss. Ao invés, a Rainha recebeu na sua residência escocesa o primeiro-ministro cessante, Boris Johnson, que foi apresentar a sua demissão, e depois Liz Truss, a quem nomeou oficialmente primeira-ministra.

Uma foto do encontro divulgada pelo Palácio de Buckingham, que mostra a rainha a cumprimentar Truss, provocou desde logo inquietação porque, segundo analistas, a mão da rainha parecia muito arroxeada. De resto, o seu estado de saúde tem gerado preocupações desde outubro passado, quando passou uma noite internada para fazer exames médicos, cuja natureza nunca foi especificada.

Desde então, as suas aparições tornaram-se menos frequentes devido aos seus problemas de mobilidade — e tal foi especialmente notório durante as celebrações do seu Jubileu de Platina, em junho, onde cancelou a participação em vários eventos organizados em sua honra. A rainha só apareceu brevemente na varanda do Palácio de Buckingham duas vezes.

Algumas semanas depois, porém, fez várias aparições públicas na Escócia, sorrindo e andando com o auxílio de uma bengala num desfile das forças armadas em Edimburgo.

A fragilidade da saúde de Isabel II levou a que esta tenha começado a delegar cada vez mais funções ao seu filho Carlos, que em maio proferiu pela primeira vez o Discurso do Trono no Parlamento, uma das principais funções constitucionais da monarca.

Ao contrário de outros monarcas europeus, que abdicaram o trono a favor dos sucessores — tal como aconteceu em Espanha, Bélgica ou Países Baixos —, Isabel II foi fazendo uma transição de poder para Carlos sem recorrer a uma renúncia formal.

Já em maio, o jornalista Robert Jobson disse à agência Lusa de que estava em curso uma "transição constitucional não oficial”, em que a rainha permanece como chefe de Estado, mas o príncipe Carlos assume mais deveres públicos importantes.

Além do acima mencionado Discurso do Trono, o príncipe Carlos representou a monarca no Remembrance Day e na cimeira climática promovida pela ONU (COP26), em novembro de 2021, da cerimónia da Commonwealth (organização que congrega Estados e territórios que integraram no passado o império colonial britânico), em março deste ano, e da missa de Páscoa, em abril.

*com Lusa

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