“Apenas algumas horas após o final da longa reunião, o cargueiro turco [“Azov Concord”), que estava à espera há dias, deixou o porto ucraniano”, disse o ministério numa declaração, citada pela agência francesa AFP.

Trata-se do “primeiro navio estrangeiro a deixar o porto ucraniano de Mariupol”, que está sob controlo russo desde maio, no âmbito da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, acrescentou o ministério.

Uma reunião quadripartida com representantes das Nações Unidas, Rússia e Ucrânia terá lugar nas “próximas semanas” na Turquia para organizar o transporte de cereais através do Mar Negro, disse Ancara.

Numa declaração divulgada em Moscovo, o Governo da Rússia disse que as delegações dos ministérios da Defesa russo e turco negociaram hoje o desbloqueio dos portos ucranianos para a exportação de cereais e as formas de garantir uma navegação segura no Mar Negro.

“As partes discutiram a partida segura dos navios mercantes turcos e a exportação de cereais dos portos ucranianos, bem como as abordagens para garantir uma navegação segura no Mar Negro”, segundo o comunicado citado pela agência espanhola EFE.

De acordo com a agência noticiosa russa TASS, cinco navios da Bulgária, da República Dominicana, da Libéria, do Panamá e da Jamaica permanecem no porto de Mariupol.

A Rússia tem afirmado que está pronta a assegurar a partida segura de navios de cereais da Ucrânia através do Mar Negro, assim que os portos forem desobstruídos e criados corredores para permitir o trânsito.

Moscovo argumenta que foi a Ucrânia que minou os portos e não a Rússia, que controla a maioria dos terminais no Mar de Azov no sul da Ucrânia, exceto o maior de Odessa no Mar Negro.

Ao largo da costa de Odessa, a Rússia mantém navios de guerra que bloqueiam a passagem de navios mercantes.

A Ucrânia exige garantias viáveis de que a Rússia não tirará partido de qualquer desminagem para atacar Odessa.

A Turquia, que faz a mediação entre a Rússia e a Ucrânia para permitir a exportação de cereais ucranianos, acredita que a desminagem não tem necessariamente de ser feita, bastando a identificação das minas e a utilização de rebocadores ucranianos para fazer as rotas em segurança.

O Ocidente acusa a Rússia de estar a criar uma situação de escassez alimentar a nível mundial para obter o alívio das sanções que lhe têm sido aplicadas desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Em conjunto, segundo a revista britânica The Economist, a Ucrânia e a Rússia fornecem 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol.

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