Nesta terça-feira houve nova reunião do Infarmed com peritos e políticos para dar conta de como evolui a situação epidemiológica em Portugal. E foi desse encontro, decorrido durante a manhã, que saíram alguns títulos que vincam as páginas dos jornais portugueses, nomeadamente o facto de o país estar a ir no encalço da zona de risco do "semáforo covid".

A previsão é de Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que estima que Portugal poderá exceder os 120 casos por 100 mil habitantes (o limite traçado pelas autoridades de saúde) nas próximas duas a quatro semanas, caso a incidência de casos continue no atual ritmo de crescimento. Ou seja, se tal efetivamente se verificar, o país ficará na zona de risco da matriz do desconfinamento.

Este indicador é importante porque é um dos que o Governo terá em conta quando chegar a altura de decidir se estão ou não reunidas as condições necessárias para voltar a abrir vários negócios e atividades. Vale a pena recordar que, caso o valor se situe abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes e com o R(t) abaixo de 1 (na parte verde do semáforo, portanto) o plano de desconfinamento pode seguir como previsto. Todavia, caso se verifique o oposto e o país tiver uma incidência a 14 dias superior a este patamar (com os indicadores nas zonas laranja ou vermelha), o plano será revisto.

E se há algo que António Costa avisou logo no dia em que o apresentou é de que nem todas as regiões ou concelhos seguiriam no comboio caso fossem cruzadas "linhas vermelhas", que obrigariam a "voltar para trás". E quando Baltazar Nunes hoje frisou que "o tempo para chegar à linha [limite da matriz de risco] está entre duas semanas a um mês", deu conta também que Algarve, Madeira e Açores já tem mais de 120 casos por 100 mil habitantes. Ou seja, os próximos tempos serão decisivos para saber quem está em efetivo risco de ser a primeira região ou concelho a levar com o "travão" do desconfinamento.

Esta ideia foi transmitida pela ministra da Saúde nas suas declarações após a reunião, em que Marta Temido realizou um balanço da mesma e enfatizou que, apesar de Portugal continuar a registar uma "incidência moderada", "já estivemos numa situação epidemiológica mais favorável". É por isso que, explicou, "estes dias que estamos a viver são decisivos". E decisivos porquê? Basicamente para que fiquem consolidadas as tendências "num sentido ou no outro" e quinta-feira o Governo decida em Conselho de Ministros quais serão as "paragens" e "avanços".

Em suma, tudo o que foi dito e apresentado esta manhã pode ser consultado aqui, mas estes foram os pontos mais prementes e a ter em conta:

  • Portugal "com uma tendência ligeiramente crescente" de incidência de casos, dentro deste ritmo de crescimento, pode chegar ao limiar da matriz de risco dentro de duas semanas a um mês;
  • As variantes não são obstáculo ao desconfinamento;
  • A estratégia de vacinação vai ser alterada, sendo que na próxima fase do plano poderá ser feito um agendamento online e será levada a cabo por faixas etárias;
  • População acima dos 60 anos deverá estar vacinada "entre a última semana de maio e a primeira semana de junho".

E se tudo correr como estipulado e se nada sofrer alterações no Conselho de Ministros, a partir de 19 abril, o desconfinamento "a conta gotas" anunciado por António Costa, que pode recordar e consultar aqui, vai continuar com a abertura de:

  • Escolas (ensino secundário e superior);
  • Cinemas, teatros, auditórios, salas de espetáculos;
  • Lojas de cidadão com atendimento presencial por marcação;
  • Todas as lojas e centros comerciais;
  • Restaurantes, cafés e pastelarias (máximo de 4 pessoas ou 6, por mesa, em esplanadas) até às 22h00 ou 13h00 ao fim de semana e feriados;
  • Modalidades desportivas de médio risco;
  • Atividade física ao ar livre até 6 pessoas e ginásios sem aulas de grupo;
  • Eventos exteriores com diminuição de lotação;
  • Casamentos e batizados com 25% de lotação.

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