“Há investimentos já em curso que consistem em criar novas salas de embarque, que tem sido a principal dificuldade que o aeroporto teve no arranque da operação após a pandemia [de covid-19]. Esses investimentos serão entregues dentro de algumas semanas”, garantiu, em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, realizada na Horta, ilha do Faial.

Em março, a ANA revelou que estava a preparar uma “intervenção de caráter temporário” no Aeroporto João Paulo II para “assegurar as melhores condições” aos passageiros durante o verão. O anúncio da gestora do aeroporto surgiu depois de o Governo açoriano e a transportadora aérea SATA terem alertado para possíveis constrangimentos devido ao aumento de voos no verão para São Miguel.

Hoje, a secretária regional adiantou que, durante a reunião com a administração da empresa que gere os aeroportos nacionais, foram apresentadas algumas soluções para os problemas de operacionalidade no Aeroporto de Ponta Delgada, nomeadamente em matéria de descongestionamento de algumas áreas de embarque.

“Serão feitas algumas obras de ampliação para criar mais portas de embarque. Obviamente era uma preocupação que todos tínhamos e agora esperamos que rapidamente sejam concretizadas para, ainda durante este verão, isso se traduzir num melhor serviço no aeroporto de Ponta Delgada”, adiantou Berta Cabral.

Na quarta-feira, o presidente executivo da ANA tinha revelado, numa audição parlamentar na Assembleia da República, que a SATA tinha uma dívida acumulada com a gestora dos aeroportos, em mais de 11 milhões de euros, mas a governante disse hoje que esse assunto não foi tratado na reunião, uma vez que se trata de um problema entre as duas empresas.

“Nós não estivemos a tratar disso. Isso é uma questão entre as empresas. A ANA e a SATA vão sentar-se à mesa, na primeira oportunidade, agora que o plano de reestruturação da companhia aérea já é público e conhecido, embora ainda não tenhamos a solução definitiva, mas é uma questão entre empresas e será tratada entre a ANA e a SATA”, afirmou.

Quanto ao reivindicado aumento da pista do aeroporto da Horta, na ilha do Faial, também gerido pela ANA, bem como a criação de zonas RESA (áreas de segurança nas cabeceiras da pista), Thierry Ligonnière não assumiu nenhum compromisso em matéria de investimento ou de prazos.

“A ANA tem várias obrigações no seu contrato de concessão e vai cumpri-las. Temos um investimento previsto de reabilitação da pista, que necessita de manutenção, e estamos a preparar isso”, disse, adiantando que é necessário avaliar o relatório do grupo de trabalho criado pela República sobre o aumento da pista do Aeroporto da Horta, sem especificar, no entanto, o que será feito.

Sobre as obras de ampliação da pista do aeroporto da Horta, há muito reivindicadas pelas entidades locais e pelo Governo Regional, Berta Cabral afirmou apenas que este “é um processo que está ainda a ser trabalhado e que necessita de fundos comunitários para avançar”.

“Agora, o que temos de ter em conta – e isso é também uma questão de gestão interna da empresa e de cumprimento de metas – é se a obra deve avançar apenas com as RESA e depois com a ampliação da pista [quando ela for decidida], ou não”, explicou a secretária regional.