Os trabalhadores de diferentes setores da administração pública, de várias zonas do país, participam na manifestação nacional "contra o empobrecimento" organizada pela Frente Comum de Sindicatos, afeta à CGTP, que reivindica aumentos salariais de 90 euros, face à atualização de 0,9% para este ano definida pelo Governo.

Para os trabalhadores poderem participar na manifestação, a Frente Comum emitiu avisos pré-avisos de greve, que estão a ter impacto no funcionamento dos serviços públicos, tendo já encerrado escolas e provocado constrangimentos em serviços de saúde, nomeadamente nas consultas externas, indicou à Lusa no local o dirigente da Frente Comum, Sebastião Santana.

Também nas autarquias a greve está a ter forte impacto, com trabalhadores de Leiria, Santarém, Porto, Coimbra, Avis ou Faro a marcarem presença na manifestação em Lisboa, segundo anunciam as respetivas bandeiras.

Na manifestação, que arrancou cerca das 15:05 e onde marca presença a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, os trabalhadores entoam palavras de ordem como "Governo escuta, os trabalhadores estão em luta" e erguem cartazes com as suas principais reivindicações.

"O aumento salarial é fundamental", "emprego sim, precariedade não", "a luta continua nos serviços e na rua", gritam os manifestantes enquanto rumam à Assembleia da República, onde na próxima sexta-feira se realiza a votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2022".

A manifestação foi anunciada em 26 de abril, numa cimeira de sindicatos da Frente Comum, afeta à CGTP, em resposta ao resultado da reunião com o Governo, que manteve uma atualização salarial de 0,9% para este ano, apesar do agravamento da inflação.

Para o sindicalista, a atualização de 0,9% "é completamente inaceitável porque, face ao aumento do custo de vida que se verifica hoje, representa o agravamento da perda de poder de compra".

Sebastião Santana salientou que, se o Governo tiver vontade, ainda tem tempo de alterar a situação antes da aprovação final do OE2022.

Além do aumento geral dos salários em 90 euros, a Frente Comum reivindica a correção da Tabela Remuneratória Única, o descongelamento efetivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias e a revisão do sistema de avaliação.