Durante uma iniciativa com ativistas ambientalistas, Scholz defendeu-se das acusações de ignorar a gravidade da situação e declarou-se “em condições”, como próximo chanceler de enfrentar “o desafio para a Humanidade” que representa a rutura climáticas.

Scholz, que é o atual ministro das Finanças alemão, realçou que “não há dinheiro nem argumentos” que possam convencer os países em desenvolvimento que não podem aspirar “a uma vida tão boa como a que há na Alemanha”.

Pelo contrário, o que a Alemanha pode fazer é “contribuir para que haja uma alternativa” que possibilite um desenvolvimento industrial climaticamente neutral.

Scholz defendeu a necessidade de usar o gás até que se tenha alcançada uma produção energética suficiente a partir de fontes de energia renováveis.

“Outros apontam na energia nuclear, mas isso parece-me errado”, disse.

Os ambientalistas, que tinham feito uma greve de fome para forçar o encontro com Scholz, acusaram-no de disfarçar as verdadeiras dimensões da ameaça e insistiram várias vezes em que faltam poucos anos para que se atinja um ponto sem retorno.

“É uma questão de vida ou morte”, assegurou a ativista Lea Bonasera, que reprovou a “moral dupla” do atual governo alemão e dos futuros parceiros da coligação ao apostarem no gás, apontando que o metano é “tão negativo como o carbono” em termos ambientais.

Por seu lado, o ativista ambiental Henning Jeske criticou o discurso de Scholz e descreveu um futuro cenário de fome e racionamentos no caso de não ser feita uma radical alteração de rumo.

“Como explicar à minha filha, se a tiver, dentro de 20 anos, que sabíamos o que ia acontecer, mas não fizemos nada?”, questionou.

“Para que os nossos filhos possam sobreviver, faz falta a indústria. Sem indústria mão poderiam sobreviver sete mil milhões de pessoas no mundo”, contestou o futuro chanceler.

“Não basta declarações de vontade, mas faz falta uma alteração tecnológica completa com uma rapidez tal como nunca ocorreu na história da Humanidade”, realçou.

No turno das perguntas, o ativista argentino Esteban Servat e a chilena Llanquiray Painemal perguntaram a Scholz quanto à responsabilidade das empresas alemãs nos estragos ambientais na América Latina.

O ministro das Finanças realçou a posição “cética” da Alemanha em relação ao ‘fracking’ e remeteu para a lei da cadeia de abastecimento aprovada pelo governo, que responsabiliza as empresas alemãs pela manutenção de alguns padrões na produção.