O Papa Francisco foi esta tarde internado para ser "submetido a uma cirurgia programada para uma estenose diverticular sintomática do cólon", na Policlínica A. Gemelli, em Roma, que aconteceu "ao início da noite".

A notícia foi dada apenas três horas depois de Francisco ter saudado alegremente o público na Praça de São Pedro e lhes ter dito que iria à Hungria e à Eslováquia em setembro.

Uma nota da Sala de Imprensa dá conta do estado de saúde do pontífice. "O Santo Padre reagiu bem à intervenção realizada com anestesia geral", pode ler-se. A cirurgia foi da responsabilidade do "Prof. Sergio Alfieri, com a assistência do Prof. Luigi Sofo, do Dr. Antonio Tortorelli e Dra. Roberta Menghi".

Por sua vez, "a anestesia foi realizada pelo Prof. Massimo Antonelli, pela Prof. Liliana Sollazzi e pelos médicos Roberto De Cicco e Maurizio Soave" e "o Prof. Giovanni Battista Doglietto e o Prof. Roberto Bernabei também estiveram presentes na sala de cirurgia".

Segundo a agência italiana Ansa, o Papa Francisco deverá permanecer internado pelo menos durante cinco dias. Todavia, o Vaticano não deu qualquer informação quanto a este período de recuperação.

Há uma semana, Francisco, na sua habitual aparição dominical, pediu ao público orações especiais para si próprio, um apelo que pode ter sido relacionado com a cirurgia planeada.

"Peço-vos que rezeis pelo Papa, rezeis de uma forma especial", disse Francisco aos fiéis na praça a 27 de junho. "O Papa precisa das vossas orações", afirmou, acrescentando o seu agradecimento e dizendo "sei que o farão".

Esta foi a primeira hospitalização conhecida do Papa desde que foi eleito para líder máximo da Igreja Católica, em 2013.

Os desejos de boas-vindas começaram a chegar imediatamente para Francisco. O Presidente italiano, Sergio Mattarella, assim que aterrou em Paris para uma visita de Estado em França, dirigiu um "pensamento afetuoso" em nome de todos os italianos.

Mattarella disse desejar "uma boa convalescença e uma recuperação muito rápida" para o papa.

Os médicos do Gemelli já foram cirurgião de anteriores papas, nomeadamente de João Paulo II, que o Vaticano disse ser a um tumor benigno no cólon, removido em 1992. João Paulo II fez várias outras cirurgias naquele hospital, inclusive depois de ter sido baleado por um jovem na Praça de São Pedro, em 1981.

João Paulo II também teve vários problemas médicos nos seus últimos anos, incluindo complicações graves da doença de Parkinson, e teve numerosos internamentos em Gemelli.

Qual o motivo da operação?

O Vaticano disse que ao Papa tinha sido diagnosticado "estenose diverticular sintomática do cólon", uma referência a um estreitamento no intestino grosso.

Um diverticulum é uma saliência tipo bolsa através da parede muscular do intestino.

Quando a diverticula fica inflamada - uma condição comum, especialmente em pessoas mais velhas - parte do intestino pode por vezes estreitar e pode ser necessária cirurgia, de acordo com os gastroenterologistas. Tal cirurgia pode ser realizada sob anestesia geral, possivelmente com uma intervenção laparoscópica.

(Notícia atualizada às 23h56)