“A minha resposta é muito simples: a Festa do Avante é um espaço de paz – era, continua a ser e sempre será um espaço de paz -, o nosso posicionamento é este”, sustentou à Lusa Madalena Santos, responsável pela organização da ‘Festa’.

Nos últimos dois anos, em plena pandemia, a rentrée comunista foi alvo de críticas por ter-se realizado com um número de pessoas acima do permitido para outros eventos, mas o PCP justificou-se sempre com a índole política deste certame. O partido considera que as edições em tempo de pandemia falam por si e que passou na prova de fogo.

No entanto, o posicionamento em relação à guerra na Ucrânia pode ser novo teste a um evento que tem estado envolto em polémica, algo que Madalena Santos, responsável pela organização da rentrée do PCP, disse estar acautelado.

Membro da Organização Regional de Lisboa do PCP, Madalena Santos explicou que o partido pretende demonstrar ao público que se bate pela paz em qualquer circunstância e que não se posiciona ao lado da guerra, apesar de vários comentadores e figuras políticas terem ‘apontado o dedo’ aos comunistas por um alegado alinhamento com o Kremlin.

A manhã de hoje foi de poucas movimentações na Quinta da Atalaia. Aqui e ali montavam-se os últimos palcos – nomeadamente aquele em que o secretário-geral do PCP se vai dirigir aos militantes e o do Avanteatro -, aparafusava-se o que estava em falta e colocavam-se as últimas tábuas para robustecer as bancas e as zonas dos comes e bebes.

No recinto desportivo que vai acolher os torneios de futsal, rugby em cadeira de rodas, entre outros, um militante prende ao chão uma bandeira gigante com um cravo vermelho e as palavras “liberdade, democracia” e socialismo” escritas a amarelo.

Vários artistas que compõem o cartaz, como Dino D’Santiago e a banda Mão Morta, também foram criticados por aceitarem fazer parte da Festa do Avante.

A responsável pela organização respondeu às críticas propaladas nas redes sociais: “os artistas são todos bem-vindos e o posicionamento aqui é o de fazerem o seu trabalho”.

O certame político-cultural também é, na opinião de Madalena Santos, “um espaço de liberdade” quanto ao modo como os artistas “trabalham a sua arte”.

As restrições e cuidados acrescidos a que pandemia obrigou nos últimos anos são coisa do passado e este ano a Festa do Avante faz-se como no período pré-pandemia, mas com modificações das duas últimas edições que ‘pegaram’, nomeadamente, os lugares sentados para assistir ao concerto de música clássica, na sexta-feira, e o pagamento ‘contactless’.

A Lusa constatou que este ano havia muito mais pessoas a ajudar nos preparativos do certame político-cultural do que em anos anteriores. Madalena Santos disse que nas últimas semanas “muitas centenas” de pessoas passaram por este recinto na freguesia da Amora, concelho do Seixal, para “construir a ‘Festa'”.

E nem todos eram comunistas: “Há muitos amigos que trabalham connosco, há muitos democratas que vêm ao fim de semana dar o seu contributo, julgo que este ano há mais gente”.

A habitual música de intervenção que sai pelos altifalantes preenchia todos os espaços da Quinta da Atalaia, enquanto camiões circulavam de um lado para o outro. Uns carregar barris de cerveja, outros, mais velhos e enferrujados, a levar ‘camaradas’ de uma ponta para a outra do recinto.

Os comunistas costumam dizer que “não há festa como esta”, mas até à abertura de portas às 18:00 de sexta-feira ainda há detalhes a afinar, bandeiras para colocar, cravos para pintar nas paredes e jantaradas para preparar.

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