Segundo a agência espanhola EFE, a publicação destas acusações coincide com a celebração, este domingo, em Calais, ponto estratégico destas viagens, de um encontro intergovernamental centrado no combate à imigração clandestina e às redes de tráfico, motivado pelo naufrágio registado na última quarta-feira, no qual morreram 27 migrantes.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, convidou para o encontro os seus homólogos da Bélgica, Holanda e Alemanha, a Comissária Europeia do Interior, Ylva Johansson, a Diretora Executiva da Europol, Catherine De Bolle, e o CEO da Frontex, Fabrice Leggeri.

A nota da polícia francesa a lamentar a falta de colaboração dos serviços britânicos na luta conjunta contra as redes de tráfico de migrantes no Canal da Mancha, foi publicada no Le Journal du Dimanche (JDD).

De acordo com o semanário, desde agosto, as forças francesas deixaram de receber os dossiês com as fotos dos barcos e dos imigrantes que fizeram a travessia para o Reino Unido, com o objetivo de facilitar as investigações na França.

A polícia francesa queixa-se ainda de não lhes estarem a fornecer “informações úteis” e que as informações por si fornecidas “não são necessariamente tidas em conta”.

Como exemplo avançam que, em junho, Londres foi informada da identidade de dois organizadores de uma travessia de sudaneses em dezembro de 2020.

Esses dois homens tinham acabado de sair da França para o Reino Unido e não houve “resposta da polícia britânica. Nenhum reconhecimento”, refere.

Apesar da tragédia de quarta-feira ter ocorrido em águas territoriais francesas, onde a travessia é mais curta, Paris destaca que a maioria dos que se aventuram na costa britânica atravessa a fronteira terrestre francesa “horas antes” dessa tentativa.

Entende, por isso, que o problema requer uma abordagem intergovernamental e europeia.

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