“Fizemos todos os preparativos, concluímos os planos da operação. Demos as ordens necessárias”, disse o chefe de Estado turco, num discurso perante membros do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de que é líder.

“A possibilidade de abrir as fontes de paz decididas, cujo processo já começou, pode ser hoje ou amanhã”, acrescentou, referindo-se a quando poderá começar a operação militar.

Segundo um perito em segurança e ex-oficial do exército, Abdullah Agar, em declarações ao canal CNNTürk, estas palavras “significam uma ordem às Forças Armadas turcas para iniciar a operação”.

O objetivo da operação é eliminar a principal milícia curdo-síria, Unidades de Proteção do Povo (YPG), e o seu braço político, o Partido da União Democrática (PYD) no território sírio a leste do rio Eufrates.

Devido à sua relação com o Partido Trabalhista do Curdistão (PKK), a guerrilha curda ativa na Turquia, Ancara considera terroristas tanto as YPG como o PYD.

Enquanto o PKK é classificado como organização terrorista, não apenas por Ancara, mas também pelos Estados Unidos e pela União Europeia, os dois últimos não consideram terroristas nem as YPG nem o PYD.

Pelo contrário, as milícias curdas são aliadas dos Estados Unidos na luta contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.

“Fomos pacientes o suficiente”, disse Erdogan hoje, dando a entender que Washington não respondeu como Ancara esperava para imporem juntos a chamada “zona segura”, uma faixa do território sírio na fronteira com a Turquia.

“Não dizem nada nesse sentido, pelo contrário, algumas autoridades [americanas] dizem que trabalham com eles. Então, o tempo das palavras acabou”, afirmou.

A Turquia vem pressionando os Estados Unidos para criar uma zona dita segura na Síria, uma faixa de 30 quilómetros ao longo da fronteira, onde planeia reinstalar refugiados sírios.

Desde 2016, a Turquia conduziu duas grandes operações militares no noroeste da Síria para limpar a região do Estado Islâmico e das YPG, de modo que a concretizar-se esta operação será a terceira.

Ancara afirma que a presença das YPG e do PYD no leste do Eufrates é uma ameaça à sua segurança nacional e acusa os Estados Unidos de os armar e treinar.

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