“Precisamos concluir rapidamente as negociações mais promissoras e iniciar novas negociações”, disse o chefe de Estado brasileiro, numa conferência de imprensa após uma reunião com o seu homólogo argentino, Mauricio Macri, em Brasília.

Bolsonaro também destacou que o Mercosul precisa valorizar a sua “tradição original”, baseada na abertura comercial, na redução de barreiras e na eliminação da burocracia.

O Presidente brasileiro, que tomou posse em 01 de janeiro, realçou o seu desejo de fortalecer os laços com a Argentina, um dos principais parceiros económicos do país, e disse acreditar que as relações entre os dois países continuam no caminho certo.

“As reformas económicas que o Brasil e a Argentina estão a realizar são fundamentais para revitalizar o intercâmbio entre os dois países”, afirmou Bolsonaro, após assinar um acordo para acelerar pedidos de extradições entre os dois países.

Já o Presidente argentino, o primeiro chefe de Estado a visitar o Brasil desde a posse de Bolsonaro, afirmou que o encontro foi “muito produtivo, pois deixou clara a vontade” dos dois países em trabalharem juntos.

“O Brasil é o nosso principal sócio comercial, somos o segundo destino dos seus produtos industriais, temos grandes desenvolvimentos conjuntos na área espacial, aeronáutica”, disse Macri.

O chefe de Estado da Argentina afirmou que concordou com Bolsonaro de que o Mercosul deve tornar-se um espaço de integração que se adapte aos desafios do século XXI.

“Estou convencido de que o comércio é um instrumento que impulsiona o crescimento, por isto, é fundamental termos combinado de agilizar e terminar as negociações externas que temos em andamento”, frisou Macri.

“A negociação com a União Europeia exigiu muito esforço. E avançou, senhor Presidente Bolsonaro, como nunca antes. Com a sua chegada, temos a oportunidade de renovar o compromisso político do Mercosul e dar os passos para um acordo de beneficie os dois blocos comerciais”, concluiu o Presidente argentino.

Líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, ou o Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestaram dúvidas nos avanços do acordo entre os dois blocos devido às posições de Bolsonaro a indicarem que preferia apostar nas relações bilaterais em detrimento do multilateralismo.