Falando aos jornalistas na fundação Calouste Gulbenkian, depois de ter assistido à apresentação do novo livro da jornalista Maria João Avillez, intitulado “As sete estações da democracia”, Carlos Moedas foi questionado pelos jornalistas sobre o seu almoço de hoje com o candidato à liderança do PSD Paulo Rangel, noticiado pelo jornal online Observador.

Segundo o autarca de Lisboa, o almoço serviu para dar um “grande abraço” e “dar força” ao seu “amigo” Paulo Rangel na reta final da campanha interna para a liderança para o PSD.

No entanto, Carlos Moedas rejeitou que o encontro com o eurodeputado pudesse ser interpretado como um apoio, afirmando que essa interpretação “é feita pelos jornalistas, analistas e comentadores”.

“Como presidente da Câmara [de Lisboa] não estou a tomar nenhuma posição. Agora, se me perguntarem qual é o meu objetivo e qual é a minha ideia como militante do PSD, é ter realmente um PSD que seja uma verdadeira oposição ao PS, e isso é importante como militante do PSD”, defendeu.

Sobre o almoço com Rangel, Carlos Moedas frisou que, pela sua própria experiência enquanto candidato à autarquia de Lisboa, as campanhas eleitorais são “muito difíceis, são muitas horas de trabalho, é realmente uma pressão enorme”.

“Eu sei o que são os últimos dias de campanha e aquilo que Paulo Rangel também fez por mim - de certa forma como amigo, porque somos amigos há muitos anos – num momento em que eu estive na mesma situação que ele. E eu hoje tinha muita vontade de estar com ele”, salientou.

O presidente da Câmara de Lisboa caracterizou ainda Rangel como uma “pessoa que está a lutar pela sua ideia, vontade, desafio pessoal” e como “um homem de causas”.

Questionado se, caso Paulo Rangel ganhar as eleições, irá estar na noite eleitoral com ele, Carlos Moedas respondeu: “Essa pergunta, como presidente da Câmara de Lisboa, não vou responder”.

Apesar disso, o autarca de Lisboa referiu que “sem dúvida” que vai votar”: “isso sempre”, disse.

Além do autarca de Lisboa, marcaram também presença na apresentação do livro de Maria João Avillez o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ex-presidente Aníbal Cavaco Silva e os ex-primeiro-ministros Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes.

Pedro Passos Coelho recusou-se a comentar a disputa interna no PSD, mas disse “julgar” já ter escolhido o seu candidato.

Já Cavaco Silva também disse não querer tecer qualquer comentário, dando no entanto uma gargalhada quando lhe perguntaram se considerava que vinham aí “novos tempos”.

As eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se no sábado e, além de Paulo Rangel, é candidato o atual presidente do PSD, Rui Rio.