“Desde o início da pandemia [em Portugal], [foram feitas] 438 detenções, das quais 118 por desobediência ao confinamento a que estavam obrigados por estarem infetados”, afirmou hoje o diretor do departamento de operações da direção nacional da PSP, Luís Elias, numa conferência de imprensa no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide, Loures.

Luís Elias recordou que “os cidadãos a quem é decretado o confinamento obrigatório não podem sair das residências”.

De acordo com aquele responsável, no sábado e hoje, a PSP registou “três detenções” e “58 contraordenações, das quais 21 por consumo de álcool na via pública, 13 por falta de máscara na via pública e 10 por atividades realizadas não permitidas no regime em vigor”.

Das três detenções deste fim-semana, uma aconteceu por “desobediência ao dever geral de confinamento” e as outras duas por “desobediência à abertura de estabelecimentos comerciais proibidos de abrir”.

Luís Elias sublinhou que nos próximos dias a PSP “continuará na rua a desenvolver atividades, nomeadamente em fiscalização rodoviária, fiscalização do uso de máscara ou viseira em transportes públicos e na rua e fiscalizando a atividade de estabelecimentos comerciais”.

No entanto, “as pessoas não devem estar à espera que as fiscalizem para cumprirem a lei”, advertiu.

“Este é um período em que os cidadãos têm que fazer um esforço. O trabalho das forças de segurança continuar-se-á a fazer, mas é dever de cidadania de todos cumprir as obrigações legais, para que pandemia não vá para números mais graves”, afirmou o responsável.

Para o diretor do departamento de operações da direção nacional da PSP, “neste momento o maior problema é uma menor sensação de risco por parte das pessoas”.

“As pessoas têm que sentir que continua a pandemia. Este sentimento de impunidade é que é um perigo. Todos podem ser afetados por ela, mesmo apesar de o seu grupo etário ou de não terem problemas de saúde. Todos têm que fazer um esforço, não só por si, mas por terceiros”, defendeu Luís Elias.

O responsável da PSP lembrou que o país está “a viver um período particularmente grave da pandemia, com uma média de mais de dez mil contágios por dia e acima dos 150 óbitos diários”, apelando à população para “restringir ao mínimo necessário as saídas à via pública”.

O porta-voz da PSP, Nuno Carocha recorda que “as exceções legais existem para serem usufruídas, foram pensadas para que se possa manter nível mínimo de qualidade de vida”, mas apela “a que toda a população usufrua dessas exceções a menor quantidade de vezes necessária e imprescindível, o menor tempo possível”.

“O abuso das exceções e deteriorar da situação da saúde pública pode levar a que haja necessidade de se decretar maior restrição dessas exceções”, alertou.

Do primeiro período de confinamento, Nuno Carocha um aspeto “extremamente positivo”: “a ligação que conseguimos estabelecer com toda a população durante o primeiro confinamento”.

“Nessa altura conseguimos recolher por parte da população muitas indicações e denúncias que foram extremamente úteis sobre estabelecimentos a funcionar quando não deviam, ajuntamentos e outro tipo de violação das restrições”, contou, acrescentando a “extrema importância dessas indicações”.

O porta-voz da PSP disse ainda que a PSP tem também “disponibilidade para recolher indicações sobre suspeita de vitimação dentro de portas, violência doméstica”.

Apesar dos vários alertas, os dois responsáveis da PSP salientaram que “há uma parte substancial da população que está a cumprir as regras”.