“Neste momento é notório o desgaste e a desorientação do Governo”, observou Rui Rio, no Porto, em declarações à margem do Ciclo de Conferências da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) “PME XXI – Qual o Futuro?”, para qual foi convidado.

Escusando-se a indicar quais os ministros que no seu entendimento deviam ser substituídos, o social-democrata disse ser “evidente que o Governo precisa de uma remodelação” com vista a imprimir uma nova dinâmica à governação.

“É evidente que o Governo está com um desgaste brutal, até, quanto sei, o próprio relacionamento entre governantes não é o melhor, e, portanto, era importante para o país que o Governo ganhe novo ânimo, nova dinâmica, nova organização, que a composição que tem está gasta”, observou.

Questionado sobre se a remodelação pode esperar para depois das eleições autárquicas marcadas para 26 de setembro, o líder do PSD deixou claro que, se fosse primeiro-ministro, já o teria feito, antes que a situação “se degradasse como se tem degradado” e antes das negociações para o Orçamento do Estado (OE).

“Eu acho que sim, acho quanto mais depressa a remodelação for feita melhor, mas a partir daí, o primeiro-ministro é que gere os ‘timmings’ dele”, disse.

Acrescentou ainda que Rio fosse primeiro-ministro o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, não teria condições para continuar no cargo.

“Se fosse eu primeiro-ministro, naquilo que é o modelo que eu entendo, na forma como eu entendo que o Governo de Portugal deve funcionar, não. Mas não sou eu o primeiro-ministro, é António Costa que vai determinar”, declarou.

Para Rui Rio, tal não invalida, contudo, que o PSD faça uma apreciação global do governo socialista que, considera, “está manifestamente a jogar mal”.

“A equipa está manifestamente a jogar mal, está desorientada, está desgastada, está cansada, está com dificuldades de relacionamento é evidente, se assim é tem de ter uma reação”, afirmou.

Questionado sobre se este desgaste não poderia favorecer o PSD, Rio admitiu que sim, mas sublinhou que para o país seria “altamente desfavorável”.

O primeiro-ministro, António Costa, disse no sábado, em entrevista ao jornal Público, que "não está prevista nenhuma remodelação" do Governo, e defendeu o trabalho dos seus ministros e a estabilidade governativa.

Costa afirmou que “não está prevista nenhuma remodelação” do seu Governo “no horizonte”.

António Costa defendeu também que a política requer "muita persistência", dando como exemplo que na segunda-feira vai assinalar o arranque da extensão do metro ligeiro a Loures, uma das propostas que apresentou quando foi candidato à câmara daquele município, em 1993.

Nos últimos dias, alguns partidos têm defendido a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Numa outra entrevista, ao semanário Expresso, publicada na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou esperar que o PS lhe “permita que acabe” a sua atividade profissional, nos próximos anos, na Faculdade de Economia do Porto

Num comentário a estas declarações, o primeiro-ministro considerou que Santos Silva ainda tem “uns cinco anos” e que "mesmo o mais frio racionalista tem sempre um momento de ingenuidade quando fala com os jornalistas".

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