“O Facebook, o Instagram, o Twitter, o TikTok, o VKontakte, o Odnoklassniki, bem como o YouTube serão multados por não cumprirem o requisito de eliminar a divulgação de apelos a menores de idade para participarem nas manifestações não autorizadas de 23 de janeiro”, referiu, em comunicado, o regulador russo das telecomunicações, Roskomnadzor.

Num país onde, ao contrário da imprensa tradicional, a Internet permanece relativamente livre, muitos jovens russos estão cada vez mais a optar por receber informação através de plataformas como o YouTube e vídeos como os de Navalny obtêm dezenas de milhões de visualizações.

Por isso, nos últimos anos, as autoridades começaram a reforçar a vigilância do ‘Runet’ (Internet russa) em nome da luta contra o extremismo, o terrorismo e a proteção de menores. Conceitos considerados demasiado abrangentes pelos opositores do regime, para quem essas medidas não passam de tentativas de censura.

Já na semana passada, o Roskomnadzor tinha ameaçado multar as empresas de Internet em reação aos apelos a manifestações de apoio a Alexei Navalny divulgados em várias redes sociais.

Novas manifestações estão a ser marcadas, através do Facebook, para o próximo fim de semana para exigir a libertação do opositor russo.

Um dos apelos visa fazer, no domingo, uma concentração frente à sede dos serviços de segurança (FSB) em Moscovo.

Em mensagem hoje publicada no Facebook, a equipa de Navalny anunciou uma dupla concentração às 12:00 locais (09:00 em Lisboa), frente à Lubianka, o quartel-general do FSB, e na praça Staraia, a cerca de dez minutos a pé.

“De seguida iremos desfilar em Moscovo. Definiremos o nosso trajeto em função da situação”, precisou a fonte, citada pela agência noticiosa AFP.

Os manifestantes da oposição reúnem-se com regularidade frente à Lubianka — um símbolo do terror estalinista e no centro da capital –, onde os serviços secretos soviéticos torturaram e executaram milhares de pessoas, em particular durante a Grande Purga (1936-1938).

Alexei Navalny tem acusado o FSB de o ter envenenado no final de agosto passado com um agente neurotóxico por ordem do Presidente, Vladimir Putin.

As acusações têm sido rejeitadas pelo Kremlin, que acusa Navalny de receber o apoio da administração dos Estados Unidos. A generalidade dos países ocidentais exigiu a sua libertação imediata e condenou a repressão dos protestos.

Após uma convalescença de cinco meses na Alemanha, o opositor regressou à Rússia em 17 de janeiro, onde foi detido de imediato no âmbito de um dos diversos inquéritos judiciais que lhe foram dirigidos.

Navalny deverá comparecer em tribunal, em 2 de fevereiro, por alegada violação dos termos de uma condenação a três anos e meio de prisão com pena suspensa emitida em 2014, e que poderá ser convertida em prisão efetiva.

No sábado, milhares de pessoas por toda a Rússia concentraram-se em manifestações não autorizadas para exigir a libertação do opositor, incluindo em cidades geralmente pouco mobilizadas.

De acordo com dados da organização não governamental OVD-Info, foram detidos cerca de 3.900 manifestantes, e foram desencadeados pelo menos 15 processos penais, que podem implicar uma pesada condenação.

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