As “declarações do suspeito após os factos sugerem uma motivação religiosa e islâmica”, mas “também há indícios de uma instabilidade psicológica” do homem, sublinhou o Ministério Público alemão.

Os investigadores não encontraram, até ao momento, qualquer evidência nesta fase da investigação que mostre que o suspeito fizesse parte de qualquer organização terrorista.

As autoridades indicaram que o homem, de 30 anos, um iraquiano de acordo com os meios de comunicação locais, poderá sofrer de problemas mentais. A polícia sublinhou, num comunicado, que poderá haver “indícios” neste sentido.

Pouco antes das 19:00 (18:00 em Lisboa), o homem envolveu-se em colisões com o seu automóvel contra outras pessoas numa via rápida de Berlim, deixando seis feridos, três em estado grave.

O motorista de uma ‘scooter’ é um dos feridos graves e teve de ser reanimado pelos serviços de emergência no local, segundo os meios de comunicação alemães.

Segundo vários meios de comunicação, o suspeito gritou "Allah Akbar" ("Deus é o maior") ao sair do veículo, após uma colisão que o obrigou a parar.

“Ninguém se aproxime, senão todos vão morrer!”, gritou o suspeito, avisando que tinha um engenho explosivo, segundo testemunhas citadas pelo jornal Bild.

No seu carro, a polícia encontrou uma "velha caixa de munição", mas um exame feito por equipas da polícia especializada mostrou que não continha nada perigoso.

A polícia teve de parar o trânsito nesta estrada movimentada por várias horas na noite de terça-feira, causando enormes engarrafamentos, a fim de verificar o conteúdo da caixa suspeita.

Este último foi aberto remotamente, por precaução, com um dispositivo de pulverização de água de alta pressão.

As autoridades alemãs estão em alerta para a ameaça terrorista de cunho islamita que pesa sobre o país, especialmente desde um ataque com um camião, reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), que matou 12 pessoas em dezembro de 2016 em Berlim.

Este ataque terrorista foi o mais mortal já cometido em solo alemão.

Desde aquela data, as autoridades alemãs frustraram uma dúzia de tentativas de ataques desse tipo, incluindo duas em novembro de 2019, segundo a polícia.

Desde 2013, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha quintuplicou, chegando atualmente a 680. O número de salafistas é estimado em cerca de 11.000, o dobro de 2013.

A chanceler alemã, Angela Merkel, tem sido frequentemente acusada, especialmente pela extrema-direita, de ter contribuído para esses ataques ao abrir as fronteiras de seu país a centenas de milhares de refugiados e migrantes em 2015.

(Notícia atualizada às 13h03)