Em duas decisões separadas hoje adotadas, o executivo comunitário, por um lado, ‘confirmou’ a validade do empréstimo de emergência de 1.200 milhões de euros, que já aprovara em 2020, mas que havia sido colocado em causa por um recente acórdão do Tribunal Geral, que – na sequência de uma queixa da Ryanair - anulou a decisão inicial da Comissão, pelo que este auxílio já pago à TAP “não terá de ser reembolsado”, apontou a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela política de concorrência.

Citada num comunicado divulgado pela Comissão, Vestager salienta, por outro lado, que "prosseguem os esforços para desenvolver um plano de reestruturação sólido que garanta a viabilidade da TAP a longo prazo sem necessidade de apoio estatal continuado", pelo que, nesse contexto, Bruxelas deu "igualmente início a uma investigação sobre o auxílio à reestruturação notificado por Portugal".

Em 10 de junho de 2021, Portugal notificou formalmente à Comissão Europeia um auxílio à reestruturação no valor de 3.200 milhões de euros, com o objetivo de financiar um plano de reestruturação do grupo através da TAP Air Portugal.

Bruxelas lançou hoje uma "investigação aprofundada para avaliar melhor a conformidade do plano de reestruturação proposto e dos auxílios conexos com as condições previstas nas orientações relativas aos auxílios de emergência e à reestruturação", propondo-se designadamente analisar "se a TAP ou os operadores de mercado contribuem suficientemente para os custos de reestruturação, assegurando assim que o plano de reestruturação não depende em excesso do financiamento público e que, por conseguinte, o auxílio é proporcionado".

A Comissão quer também determinar "se o plano de reestruturação está acompanhado de medidas adequadas para limitar as distorções da concorrência criadas pelos auxílios".

"Vamos manter um diálogo construtivo com as autoridades portuguesas sobre esta questão", declarou Vestager.

Esta investigação, mais morosa e profunda, segundo o Expresso, vai demorar pelo menos três meses a três meses e meio. Para ajudar a que esta chegue a uma decisão favorável, o Governo tem a Lufthansa como trunfo.

Lufthansa pode desbloquear impasse

Segundo escreve o semanário, o Governo acredita que a companhia alemã pode entrar na TAP e ajudar a desbloquear o impasse.

A Lufthansa já fez saber que pretende devolver o dinheiro público que recebeu por causa da pandemia. Se o fizer até setembro, o Governo enceta novamente contactos com a companhia alemã — e outras que estejam interessadas — porque as regras europeias da concorrência já o permitem e a Lufthansa está livre para negociar participações noutras empresas.

O semanário recorda que a Lufthansa estava para dar entrada na TAP antes da saída de David Neeleman e que o Governo já tinha dado o seu aval às negociações — partindo do pressuposto que esta não exigia ter controlo sobre a TAP — de maneira a que um privado entrasse na reestruturação.

O Expresso dá conta que a Comissão Europeia está informada de que há a possibilidade, embora não tenham havido ainda conversas formais.

* Com Lusa 

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