“O maior problema do funcionamento das instituições é as opções [para responder aos problemas na] vida das pessoas. O que era preciso era que as instituições funcionassem para dar resposta ao problema das pessoas: o aumento dos salários, o combate ao custo de vida, o aumento das pensões, o acesso ao SNS”, declarou Paulo Raimundo.

O dirigente comunista falava à agência Lusa no Seixal, depois de um encontro com a Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME).

Paulo Raimundo afirmou que, em termos de resposta aos problemas das pessoas, o país está “em irregular funcionamento das instituições”, porque o Governo do PS e o PSD, Chega e Iniciativa Liberal – que “gritam muito em função das eleições, vivem para isso e só querem isso” – têm privilegiado os interesses dos grupos económicos aos da população.

“Só o funcionamento regular das instituições é que responderia à vida das pessoas, coisa que não tem acontecido”, disse.

O líder do PCP considerou assim que, “se o problema do país, se o problema das pessoas, fosse apenas a TAP, então isso seria muito fácil de resolver”.

“Não é pela TAP [que está em causa o regular funcionamento das instituições], é pelas opções de fundo que naturalmente não pode deixar de fora as opções relativamente à TAP, mas o problema do país é muito maior que o problema da TAP”, frisou.

Sobre as revelações que têm sido feitas na comissão de inquérito à gestão da companhia aérea, Paulo Raimundo considerou que são “um exemplo muito vivo daquilo que tem sido a prática dos sucessivos governos e da política de direita”.

“Nós temos uma empresa que há 20 anos que está a ser preparada para ser privatizada, é nesse registo que tem funcionado. Ora, são 20 anos que não ilibam nem o PSD, nem o PSD, nem o CDS, nem o Chega, nem a IL nas opções de fundo que têm tomado”, frisou.

Paulo Raimundo salientou que a comissão de inquérito tem revelado práticas de gestão que o PCP não acompanha e que “descredibilizam a empresa”, acrescentando que é “preciso acabar com elas”.

“A TAP é uma grande empresa, uma empresa estratégica do ponto de vista nacional, tem que ficar nas mãos do Estado, não pode ser dada ao desbarato como foram os exemplos que temos, que nunca mais acabam”, frisou.