Os gémeos Tsar e Jamil são refugiados: forçados a deixar um país em guerra, encontraram abrigo no Natuurhulpcentrum da Bélgica. Segundo a agência Reuters, os dois leões com cerca de um ano foram resgatados pelas autoridades ucranianas, depois de se descobrirem os maus tratos dos antigos donos.

Para além de os encontrar subnutridos, o santuário belga descobriu ainda fraturas. A viagem para a um dos poucos centros capazes de acolher estes animais já estava prevista para maio, mas a intervenção russa acelerou a necessidade de retirar Tsar e Jamil da Ucrânia.

O bombardeamento da capital ucraniana, Kiev, onde os dois leões estavam, complicou os planos, desestabilizando os animais, que acabaram por se ferir nas jaulas. O objetivo inicial era fazê-los chegar ao zoo de Poznan, na Polónia, junto à Ucrânia. Mas acabaram por ser levados para a Bélgica, onde, durante três meses de quarentena, lhes serão prestados cuidados.

Mas antes de poderem sequer sair do país, à saída de Kiev, Tsar e Jamil cruzaram-se com tropas russas. Segundo o biólogo Frederik Thoelen, que trabalha no santuário belga, os militares apontaram armas aos leões, ameaçando-os. Porém, os cuidadores que acompanhavam Tsar e Jamil “literalmente arriscaram as suas vidas para salvar os animais”, contou à Reuters.

"O exército russo apontou as armas aos cuidadores. Ameaçaram matar os animais. Mas os cuidadores disseram 'não, esses são os nossos animais. Para lhes tocar, têm primeiro de tocar em nós'", explicou.

Os russos acabaram por deixá-los seguir.A viagem longa até à fronteira com a Polónia, através de pequenas estradas para evitar o trânsito.

Agora, em recuperação na Bélgica, pondera-se o futuro: vão ser procurados alojamentos mais adequados e permanentes, o que pode implicar novas travessias, desta vez para santuários no continente africano.

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