“A cimeira da NATO não é um limite. Não existe uma data final para completar o processo de entrada [na Aliança]”, assinalou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusolglu, durante uma conferência de imprensa em Ancara com a sua homóloga britânica, Liz Truss.

“Mesmo que tenha sido assinado o protocolo de adesão, haverá um processo de ratificação pelos países membros da Aliança. Os nossos aliados estão a esforçar-se ao máximo para alcançar uma solução neste processo”, sublinhou o ministro turco.

“Delegações da Suécia e da Finlândia estiveram na Turquia, partilhámos de forma escrita as nossas preocupações e expectativas. Eles entregaram-nos um documento. Ainda não nos parece suficiente”, disse Çavusolglu, sem acrescentar mais detalhes.

“Se estes dois países querem ser membros devem cumprir certas coisas. Entendemos as suas preocupações de segurança, mas se querem ser membros da NATO também devem atender às preocupações dos Estados-membros”, acrescentou o ministro turco.

Por sua vez, Liz Truss destacou o apoio britânico aos dois países escandinavos que pediram a adesão, ao considerar que deve manter-se “a política de portas abertas” da NATO e que este alargamento irá fortalecer “a defesa e segurança coletiva” da aliança.

Em paralelo, o ministro turco e a homóloga britânica insistiram na necessidade de criar um sistema que permita colocar nos mercados as toneladas de cereais bloqueadas na Ucrânia devido à invasão russa, com Liz Truss a alertar para uma situação de “fome global” caso não se encontre uma solução até julho.

“É urgente que se tomem medidas durante o próximo mês, antes da nova colheita”, advertiu.

“Se este problema não for resolvido, é provável que ocorra uma enorme fome mundial”, afirmou a ministra, que destacou o facto de a Turquia estar a desempenhar uma função decisiva nas negociações para desbloquear as exportações de trigo e outros alimentos a partir da Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

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