“Discutimos a concentração militar russa na fronteira ucraniana. Deixem-me dizer que apoiamos forte e firmemente a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”, declarou o Alto Representante da UE para a Política Externa.

Em conferência de imprensa após uma reunião conjunta dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, em Bruxelas, Josep Borrell assinalou que a UE está a “acompanhar a situação na Ucrânia”, podendo Kiev “estar seguro do apoio político, diplomático e económico-financeiro da União Europeia”.

Porém, “não temos com a Ucrânia nada mais do que um acordo de associação, que cobre uma vasta gama de questões, mas não uma aliança militar”, recordou o chefe da diplomacia europeia, quando questionado sobre uma possível intervenção.

“Temos um acordo de associação, a parceria de Leste, e temos solidariedade para com a Ucrânia e o compromisso de defender e apoiar a integridade territorial da Ucrânia e isto será continuado […] no quadro das atividades que se têm vindo a desenvolver desde que a Rússia tomou a Crimeia”, concluiu Josep Borrell.

A situação na região agravou-se depois da anexação russa da península ucraniana da Crimeia em 2014. Desde então, o leste da Ucrânia vive uma situação de conflito entre Kiev e forças separatistas pró-russas.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, advertiu na terça-feira Moscovo para as “novas ações agressivas” na fronteira com a Ucrânia, onde se registam movimentos militares russos “importantes e invulgares”.

“Todas as novas provocações ou ações agressivas por parte da Rússia são muito preocupantes. Nós apelamos à Rússia para que seja ‘transparente’ sobre as atividades militares”, disse Stoltenberg durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que decorreu em Bruxelas, no quartel-general da NATO.

Também na segunda-feira, a Alemanha pediu à Rússia para “mostrar moderação”, após ter sido registada a mobilização de tropas na fronteira ucraniana, movimentações que Berlim encara com “inquietação”.

“Vemos estas atividades militares da Rússia com inquietação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, em declarações à imprensa em Berlim.

“Devemos impedir uma escalada militar”, acrescentou o porta-voz, que pediu à Rússia para “voltar à mesa das negociações”.

Também os Estados Unidos, a UE e a França já demonstraram “inquietação” nos últimos dias sobre o destacamento de tropas russas junto à fronteira ucraniana.