Numa mensagem na rede social Telegram, o Presidente ucraniano afirmou que “os ocupantes [russos] identificaram a cultura, a educação e a humanidade como seus inimigos”, contra os quais “não estão a poupar mísseis”.

Segundo o chefe de Estado ucraniano, a criança ferida no ataque à recém-reconstruída casa da cultura de Lozova, tem onze anos.

A informação sobre os feridos foi confirmada à agência Interfax-Ucrânia por Viktor Zabachta, funcionário dos serviços de emergência.

O porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, Oleksandre Motouzianyk, disse hoje que a situação na frente leste do país permanece “tensa” e “dá sinais de agravamento”.

“As forças de ocupação russas estão a disparar intensamente em toda a linha de contacto e a tentar atacar com artilharia a retaguarda das defesas das tropas ucranianas”, disse Motouzianyk em conferência de imprensa.

O Presidente ucraniano acompanhou a sua mensagem sobre o ataque no leste do país com um vídeo mostrando uma explosão de grandes dimensões que destruiu um edifício, seguida de uma nuvem de fumo.

As autoridades ucranianas disseram hoje que pelo menos 13 pessoas morreram numa ofensiva militar lançada na quinta-feira pelas forças russas, numa tentativa de tomar o controlo de duas cidades na província de Lugansk.

O chefe da administração militar regional de Lugansk, Serhiy Gaidai, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que “o inimigo está a realizar uma operação ofensiva nas áreas de Lisichansk e Severodonetsk” e salientou que “em toda a região de Lugansk há mais de 60 casas destruídas”.

“Apesar disto, o assalto a Severodonetsk foi infrutífero e os russos sofreram perdas pesadas”, disse Gaidai.

As cidades de Severodonetsk e Lisichansk estão localizadas na província de Lugansk não controlada pela autoproclamada República Popular de Lugansk e é um dos principais alvos das forças russas.

A guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas — cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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