Até abril. É esta a estimativa para que a União Europeia comece a distribuir a vacina da Johnson & Johnson — que se distingue das congéneres, entre outras coisas, por ser unidose. Ou seja, basta que sejam tomada uma vez para ser eficaz (isto sem contar com reforços).

Os EUA anteciparam-se à Europa e ontem, já perto da meio noite, o regulador norte-americano aprovou o uso de emergência da vacina da Johnson & Johnson, a terceira autorizada nos Estados Unidos – junta-se, assim, às duas de dose dupla, Pfizer/BioNTech e Moderna.

Segundo os ensaios clínicos finais, uma dose tem 85% de eficácia contra as manifestações mais graves de covid-19.

Mais perto, em solo europeu, as novidades relativamente à vacina unidose chegaram pela voz da ministra francesa da Indústria, Agnès Pannier-Runacher, que revelou que esta deverá começar a ser distribuída pela União Europeia até abril.

O sinal verde será concedido “no início de março, já que a Agência Europeia de Medicamentos está a rever todas as informações que a Johnson & Johnson lhe comunicou para poder colocar essa vacina no mercado”, disse ao canal de televisão France 3.

A ministra adiantou que as primeiras doses devem “chegar no final de março ou início de abril porque há um prazo para a produção das doses”.

No entanto, é importante recordar que mesmo sendo uma vacina de dose única “é possível que precise de reforços, ainda não sabemos”.

Agnès Pannier-Runacher avançou ainda que o plano passa por fazer chegar à Europa 600 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 até o final de junho.

Entretanto, na corrida pela imunidade de grupo, no Reino Unido o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, anunciou hoje através da Rede Social Twitter que mais de 20 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina, um progresso que considerou “magnífico”.

O Governo estabeleceu como meta imunizar, pelo menos com a primeira das duas doses, os maiores de 50 anos até 15 de abril e toda a população adulta até 31 de julho.

O Reino Unido mantém agora uma tendência de diminuição da propagação, tendo registado 140 mortes e 6.035 casos nas últimas 24 horas. Nos últimos sete dias, morreram 2.270 pessoas com covid-19, o que representa uma queda de 33,5% relativamente a igual período da semana anterior, enquanto o aparecimento de novos casos diminuiu 21%.

Foram, porém, detetados seis casos da variante com origem em Manaus, no Brasil, segundo indicou hoje a autoridade de saúde britânica — três em Inglaterra e os restantes na Escócia, mas não há qualquer ligação entre ambos.

Os especialistas temem que esta estirpe do SARS-CoV-2, que pode ser mais contagiosa do que o vírus original, seja resistente às vacinas contra a covid-19 (doença respiratória causada pelo novo coronavírus) que estão a ser administradas no Reino Unido (Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford).

Por aqui, mantivemos a tendência e voltámos a registar uma descida nos internamentos e nos cuidados intensivos. O número de novos casos confirmados de covid-19 ficou abaixo dos mil, com o registo de mais 718 infetados.

Os resultados estão à vista e António Costa já veio dizer que, por cá, "este ainda não é o tempo do desconfinamento". O plano de reabertura, porém, será conhecido a 11 de março.