Solicitado para sábado, espera-se que o encontro conte com a presença do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, indicaram diplomatas.

De acordo a agência Reuters, o embaixador da África do Sul nas Nações Unidas, Jerry Matjila, disse que Pompeo requereu a reunião para discutir quanto à situação política na Venezuela, acrescentando que as consultas seriam feitas à porta fechada.

Não estando na agenda do Conselho de Segurança da ONU, o tema da Venezuela apenas poderá ser discutido se os EUA tiverem o apoio de nove dos 15 membros do Conselho.

O órgão máximo das Nações Unidas, por ter a capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo, é composto por 15 membros, incluindo cinco membros permanentes com poder de veto: Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido.

Para já, sabe-se que o embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, terá dito à comunicação social que não considerava haver necessidade para uma reunião neste órgão. Vladimir Putin, presidente da Rússia, já confirmou o seu apoio a Nicolás Maduro, denunciando uma campanha de "destrutiva ingerência externa" no país.

Os Estados Unidos da América foram o primeiro país a reconhecer a legitimidade de Juan Guaidó como presidente interino e adiantam que "todas as opções estão em cima da mesa" se Nicolás Maduro responder com violência à autoproclamação do líder do parlamento.

Mais tarde, num comunicado dirigido ao Presidente Nicolás Maduro, Pompeo, que chamou Maduro de "ex-presidente", afirmando que o mesmo "não tem autoridade legal para romper relações com os EUA ou declarar de ‘personas não gratas’ os diplomatas norte-americanos". Pompeo anunciou ainda que vai manter a equipa diplomática na Venezuela e instou as Forças Armadas venezuelanas a protegerem os cidadãos norte-americanos.

O secretário de Estado norte-americano pediu ainda a membros da Organização de Estados Americanos (OEA), que debate hoje a situação na Venezuela, a reconhecer Guaidó. O secretário-geral desta instituição, Luis Almagro, que taxa Maduro de ditador, já deu o seu apoio ao autoproclamado "Presidente em exercício" da Venezuela.

A anterior embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, era uma dura crítica do governo de Maduro, tendo feito um pedido para o Conselho de Segurança se reunir à porta fechada a maio de 2017 para debater-se o tema sobre a Venezuela.

O líder da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, de 35 anos, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas na capital do país, Caracas.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.

O ministro venezuelano da Defesa declarou hoje, em nome das Forças Armadas da Venezuela, lealdade à Constituição e ao Presidente Nicolás Maduro, alertando ser "muito perigosa" a instalação de um governo paralelo no país.

A União Europeia (UE) defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis”.

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.

A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política, económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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