“Eles querem interferir, porque nos próximos quatro anos querem impor as suas intenções em matéria de imigração, preços de energia ou de como criar os nossos filhos”, acusou Orbán numa entrevista à rádio pública Kossuth, depois de questionado sobre uma suposta interferência da UE nas eleições de 2022.

O primeiro-ministro húngaro – que beneficia de uma maioria absoluta há 10 anos – afirmou que os cidadãos têm um Governo que defende os seus interesses e que “resiste” às tentativas de interferência e de “chantagem” por parte de Bruxelas.

Orbán reagiu desta forma ao apoio dado na quinta-feira pelo conselheiro-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJEU), Manuel Campos Sánchez-Bordona, ao mecanismo que condiciona o pagamento dos fundos comunitários ao cumprimento dos valores europeus, contra o qual a Hungria e a Polónia apresentaram recursos judiciais, que agora foram indeferidos.

Orbán disse que esta conexão entre os fundos e o respeito dos valores europeus não passa de uma “chantagem” para que a Hungria retire a lei de defesa de menores, que vincula a pedofilia à homossexualidade.

“Vamos defender a nossa posição nestas questões”, concluiu Orbán, sublinhando que é ilegal a interdição do pagamento de fundos comunitários, dos quais a Hungria é um dos grandes beneficiários.