Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o Sport Lisboa e Benfica oficializou a contratação do treinador alemão Roger Schmidt, com o qual já tinha anunciado um princípio de acordo.

Schmidt vai ser treinador dos encarnados nas próximas duas temporadas e o acordo "está previsto ser formalizado no decurso da próxima semana", diz a nota.

Roger Schmidt, de 55 anos, estava em fim de contrato com os neerlandeses do PSV Eindhoven, que treinava desde 2020/21, depois de ter comandado clubes como Beijing Guoan, Bayer Leverkusen, Salzburgo e Paderborn.

Na última temporada os destino do clube da Luz estiveram nas mãos de Nélson Veríssimo, técnico que orientou a equipa desde dezembro de 2021, depois da saída de Jorge Jesus.

O que fez Roger Schmidt até aqui chegar?

O Benfica volta a apostar num treinador estrangeiro 13 anos depois do espanhol Quique Flores, acabando com mais de uma década de um registo de técnicos só portugueses. Já se olharmos no sentido posto, este será o oitavo clube da carreira de Schmidt que conta no currículo apenas com um campeonato conquistado durante toda a sua carreira, ao serviço do Salzburgo, em 2013/14.

Com o emblema austríaco, o antigo médio venceu ainda uma Taça, título que também venceu na China, com Beijing Guoan, e, mais recentemente, nos Países Baixos, com o PSV Eindhoven.

Na sua única experiência na Bundesliga, o treinador germânico passou três temporadas no Bayer Leverkusen, mas, apesar de ter alcançado por duas vezes a qualificação para a Liga dos Campeões, nunca se intrometeu na luta pelo título e abandonou o clube sem qualquer troféu conquistado.

Com o Salzburgo, Schmidt ultrapassou mesmo a fasquia dos 100 golos numa temporada (chegou 110 no campeonato) e tem uma média de dois marcados por jogo em praticamente todos os clubes em que passou.

Em contrapartida, as equipas do técnico alemão também são conhecidas por terem algumas debilidades defensivas, com uma média de um golo sofrido por encontro.

Como médio, Schmidt fez toda a sua carreira nos escalões inferiores e foi nesse nível que iniciou a sua aventura como treinador, primeiro no Delbrucker e depois no Preussen Munster.

Depois de ter falhado a subida à Bundesliga com o Paderborn, em 2011/12, na sua primeira experiência no futebol profissional, Schmidt rumou ao Salzburgo, emblema em que viria a encontrar sucesso.

A primeira temporada acabou sem qualquer título, mas, em 2013/14, o Salzburgo foi dominante, conquistando todos os títulos nacionais com um ataque avassalador.

Essa época chamou a atenção dos responsáveis do Bayer Leverkusen, que acabaram por contratar Schmidt por três temporadas, com o objetivo de reduzir a distância para Borussia Dortmund e Bayern Munique.

Em 2014/15, o treinador alemão terminou a Bundesliga no quarto lugar e, na época seguinte, melhorou o registo, com o terceiro posto, embora sempre longe da luta pelo título.

Em 2016/17, o Bayer Leverkusen esteve sempre longe dos lugares cimeiros (terminou no 12.º posto) e Schmidt acabou por ser despedido ainda a meio da temporada.

A sua passagem pelo Bundesliga ficou igualmente marcada por um incidente numa partida com o Borussia Dortmund, em que Schmidt foi expulso por protestos com a equipa de arbitragem, acabando depois por se recusar a abandonar o campo.

O árbitro suspendeu mesmo a partida durante oito minutos e mandou todos jogadores para os balneários, ficando só autorizados a regressar ao relvado quando Schmidt já não estivesse em campo.

De seguida, o treinador germânico optou por abandonar o futebol europeu e rumou à China, onde passou três anos com o Beijing Guoan.

Nesse país asiático, Schmidt conquistou uma Taça e, na sua última época, esteve na luta pelo título chinês, mas terminou o campeonato no segundo posto.

Em 2020/21, o técnico alemão assinou um contrato de dois anos com PSV Eindhoven, mas protagonizou uma primeira temporada bastante irregular, acabando o campeonato no segundo posto, a 16 pontos do campeão Ajax.

Na temporada que está agora na reta final, o PSV Eindhoven lutou pelo título dos Países Baixos até ao fim, depois de já ter batido a formação de Amesterdão na Taça e também na Supertaça.

Schmidt acabou mesmo por falhar o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, depois de perder no ‘play-off’ precisamente com o Benfica.